A F-1 estreia

no Azerbaijão

LEANDRO BECKER

leandro.becker@zerohora.com.br

﷯os gibis, era comum o milionário Tio Patinhas viajar em busca de bons negócios em fictícios países como o "Longistão". Na Fórmula-1, a vida imita os quadrinhos neste fim de semana. Liderada pelo chefão Bernie Ecclestone, magnata que "segue o dinheiro" para valorizar o esporte, a categoria desembarca no Azerbaijão, país sem tradição no automobilismo, mas disposto a investir mais de US$ 70 milhões obtidos principalmente com a extração de petróleo de olho em maior projeção internacional. – O objetivo é promover nossa cidade do ponto de vista turístico e de investimentos – diz o organizador da prova, Aria Rahimov. A expansão rumo a nações pouco conhecidas ganha força, principalmente, desde 2008, quando passaram a fazer parte do calendário pistas em locais como Cingapura, Abu Dhabi, Índia e Rússia. Na contramão, a categoria abandonou circuitos clássicos como Magny-Cours (França) e San Marino (Itália). A negociação é sempre uma via de mão-dupla. Enquanto a F-1 faz dinheiro e alcança novos mercados, os países-sede marcam presença no cenário mundial com a maciça exibição das corridas no mundo todo. Para receber a Fórmula-1, o Azerbaijão preparou um circuito de rua sinuoso, um mix de Mônaco e Cingapura, com um contraste entre uma longa reta – em que a velocidade chegará a 340 km/h – e a curva mais estreita da temporada. Outros desafios são o baixo nível de aderência, visto que o asfalto é novo, e as mínimas áreas de escape – um convite ao muro para os mais afobados. Não é à toa que a maioria dos pilotos percorreu com muita atenção o circuito a pé antes de acelerar no carro. Quem fez testes no simulador, chega melhor. Quem não tem o recurso, como a Renault, partiu para o improviso: a equipe usou o game F1 2016 para preparar os pilotos. Embaixador do GP da Europa, Fernando Alonso (McLaren) elogiou a pista por valorizar a perícia do piloto. A corrida deste domingo promete uma disputa acirrada entre Mercedes, Ferrari e Red Bull. Vencerá quem souber equilibrar o alto consumo de combustível diante das longas retas com o inevitável desgaste de pneus em um circuito longo – só é menor do que Spa-Francorchamps, na Bélgica. A prova ainda promete mais um capítulo no duelo pelo título. Lewis Hamilton, que reduziu a vantagem de Nico Rosberg na liderança de 43 para nove pontos, busca a terceira vitória seguida para embalar rumo ao tetra.

CLASSIFICAÇÃO

Sábado, às 10h, com transmissão do SporTV

CORRIDA

Domingo, às 10h, com transmissão da RBS TV

GP DA EUROPA

Baku

Extensão

6,006 km

 

Curvas

20

 

Voltas

51

 

Sentido

Anti-horário

 

Arquiteto

Herman Tilke

GEÓRGIA

ARMÊNIA

RÚSSIA

AZERBAIJÃO

IRÃ

BAKU

Mar cáspio

TIMELAPSE DA CONSTRUÇÃO

AS CURVAS DO CIRCUITO DE AZERBAIJÃO

14

15

2

1

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

16

18

17

20

19

Permitido o uso de DRS

OS DETALHES DA PISTA

UMA VOLTA PELO CIRCUITO

ESTREIAS EM CIRCUITOS NO ÚLTIMOS 20 ANOS

edição

Leandro Becker

 

design

Leandro Maciel

TOPO