Toca da Onça
desperta cobiça
S ão 15h30min, horário marcado para entrevista, e Ari Castro, o Ari do Flu, 68 anos, está em frente ao Estádio Toca da Onça, em Livramento. Braços cruzados, óculos escuros e vestido com uma camiseta do clube, ele tem uma voz grave:
– Olá, sejam bem-vindos à Toca.
O simpático Ari está meio constrangido. Sabe que a Toca da Onça não é nem sombra daquele estádio que recebeu jogos do Gauchão de 1973, ano em que o clube participou da primeira divisão. Ou daquele que teve partidas empolgantes do Citadino nos anos 1980. Ou do que viu surgir o canhoto Dorinho, que deixou Livramento aos 17 anos para ser jogador do Inter nas décadas de 1960 e 1970. Está abandonado.
Ari Castro, fã do Fluminense,
de Livramento
– De vez em quando, formamos um time com guris e alguém mais experiente que venha do Uruguai para jogar um torneio amador ou algo parecido. Mas é só – lamenta Ari.
A Toca não tem nenhum atrativo hoje. Um caseiro cuida do estádio, sem arquibancadas nem vestiários. Bem localizado, desperta o interesse de construtoras.
– O estádio é da comunidade, não será vendido de forma alguma – garante o vice-presidente do clube, Hector Lara, o Mingo, 54 anos, arquiteto uruguaio que se encantou pelo Fluminense e sonha reorganizar o clube com a ajuda de patrocínios e da comunidade.
– Difícil? Muito, mas precisamos acreditar – afirma seu Ari do Flu.
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