A luta do 3º clube

mais antigo do país

14 de

julho

O rugido não é mais tão alto como antes, mas o 14 de Julho de Livramento, o Leão da Fronteira, briga bravamente para manter-se em pé. O terceiro clube mais antigo do Brasil, atrás do Rio Grande e da Ponte Preta, acabou em nono na terceira divisão de 2015 do Gauchão e ficou de fora das competições oficiais de 2016.

– Quando assumi, em 2014, perdia o sono no meio da noite fazendo as contas de como pagar dívidas. De vez em quando ainda perco, mas estamos tentando reerguer o clube – diz o presidente Cláudio Milan.

Milan, 44 anos, não se importa com as noites mal dormidas. Sabia que teria um “rabo de foguete” pela frente. Na sala da presidência, na qual se destacam uma mesa vermelha com detalhes em preto e uma estante com troféus, ele planeja dias melhores. Investir na gurizada é uma das principais apostas.

– Temos categoria de base dos 15 aos 18 anos. Sempre pode surgir coisa boa. É uma esperança – diz, enquanto levanta-se e convida a reportagem olhar o Estádio João Martins.

O gramado não encanta, está seco e ralo. As arquibancadas de concreto, o pavilhão e as cadeiras de metal estão bem cuidados. A chegada do calor leva um bom número de pessoas às piscinas do clube.

Cláudio Milan, presidente do

14 de Julho

E garante um bom dinheirinho para as despesas com funcionários – 11 no total. O auxiliar de serviços gerais Marcos Karnikowski, 34 anos, o Polaco, conhece cada cantinho do estádio. Não vê a hora da chegada da nova temporada. Quer bola rolando.

– Sinto falta de ver a meninada em campo, treinando, gritando – afirma, antes de sair correndo à procura da bandeira do clube pedida pelo presidente.

Cláudio Milan sabe que 2017 será encardido.

O 14 não jogará competições oficiais novamente.

A ideia é reorganizar o cofre e pensar em 2018.

– O leão tem força, tem garra. Dá o bote no momento exato – compara o presidente.

Enquanto o futuro não chega, olha-se para o passado. Em 1909, o 14 venceu um torneio em Rivera, com quatro equipes do Uruguai. O clube tenta oficializar junto à CBF ser o primeiro do Brasil a ganhar uma competição internacional.

A luta do 3º clube

mais antigo do país