Um dia na vida de Lupi
As últimas andanças do compositor por Porto Alegre
Na jornada do compositor, não podiam faltar o preparo do almoço para a esposa, Cerenita, e o filho, Lupinho; o trabalho em uma entidade de direitos autorais; visitas às filhas de outros relacionamentos e à paixão Relinda; e, por fim, uma peregrinação noite adentro por saudosos bares
— O pai foi um grande cirurgião cósmico da alma humana. Ele fazia uma leitura da alma do sujeito sofrido que tinha a célula alterada pelo comportamento da cornitude e fazia os seus versos. A obra do pai nada mais é que um contexto filosófico — teoriza Lupicínio Jorge Quevedo Rodrigues, o Lupinho, filho do eterno compositor gaúcho, exaltando a obra de seu pai.
Porém, Lupi, como homem, era mais simples. Se acaso você chegasse em um bar de Porto Alegre nas madrugadas de pouco mais de 50 anos atrás, não seria difícil encontrar Lupicínio Rodrigues no meio de uma animada roda musical. Mas só se fosse de segunda a sexta-feira. Era um boêmio profissional, batendo ponto na noitada. E foi assim até os dias finais de sua vida, fazendo questão de estar em seu hábitat, a noite, enquanto pôde — só parou, mesmo, quando a saúde debilitada o colocou em uma cama de hospital. Morreu em 27 de agosto de 1974, aos 59 anos, deixando para sempre uma cadeira vazia nos botecos da cidade.
Os últimos passos do gênio do samba-canção pela Capital refletem como foi a sua vida, com hábitos que percorreram as suas quase seis décadas de existência — faleceu faltando 19 dias para o seu aniversário, em 16 de setembro. Há meio século, um dia na vida de Lupi, como era carinhosamente chamado pelos amigos, começava em sua casa, na Avenida Otto Niemeyer, número 2.384, no bairro Tristeza, na Zona Sul — a casa ainda existe, mas hoje é um comércio de marmitas. Por lá, ele acordava às 10h, tomava o seu café da manhã e ia tratar da horta e dos animais, como galinhas, patos e passarinhos.
Sim, o boêmio, que adorava os agrados que a vida metropolitana oferecia, tinha um surpreendente lado de homem do campo. E este costume o acompanhou desde os tempos da Ilhota, bairro onde nasceu, em 1914, há 110 anos. Por lá, sua família tinha criação dos mais variados bichos. Ou seja, quem via o artista na noite não poderia imaginar que, horas antes, ele estava na lida com a bicharada — era uma terapia. Ele não abria mão deste hábito. Tanto que, sempre que ia se mudar, procurava residências com um vasto pátio, quase uma chácara.
Depois da lida, por volta do meio-dia, retornava para casa e ia às panelas. Era, segundo entrevistas do próprio Lupi, o cozinheiro da família. Gostava de preparar o almoço para a esposa, Cerenita Quevedo, e para o filho, Lupinho. Depois da barriga cheia, era hora de tirar uma sesta — afinal, ninguém é de ferro. Lá pelas 15h, despertava, tomava um bom banho e vestia o seu traje, um terno sempre na estica. Aí sim, ia trabalhar. Subia em seu carro — um Oldsmobile preto, que substituiu o icônico Hudson chamado Vingança — e rumava para o seu trabalho. O de carteira assinada.
— O Lupi tinha uma combinação com a esposa, a dona Cerenita, que era a seguinte: ele poderia chegar até as 4h. Se passasse deste horário, o pau cantava — conta o jornalista e pesquisador Marcello Campos, autor de Almanaque do Lupi (Editora da Cidade, 2014).
Em raros momentos, Lupicínio decidia, depois do trabalho, voltar para casa, sem ir para a noite. E, quando isso acontecia, era um momento especial para Clara Teresinha Rodrigues Hatsek, filha mais velha de Lupi, nascida em 1939, depois de um relacionamento do músico com a empregada doméstica Juraci Pinheiro.
— Gostava muito quando ele chegava mais cedo, batia lá em casa com um pão quentinho e me chamava para comer com ele, tomando uma cervejinha. Sinto muita saudade disso e dele — recorda Clara, hoje com 84 anos.
A filha de Lupi, após a morte de sua mãe, devido a uma tuberculose, passou a ser cuidada pela família Rodrigues, ainda criança. Adolescente, foi a viver com o pai e com madrasta, Cerenita. Em 1974, ano da morte de Lupi, Clara já vivia com o marido, Davi, nos fundos do pátio do pai, juntamente com quatro dos 10 filhos que viria a ter na vida. Hoje, ela vive em Santa Catarina e é viúva.
Lupi autoral
O emprego que Lupicínio tinha em 1974 era o mesmo desde 1946. Ele atuava como procurador da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (Sbacem). O prédio segue no mesmo lugar, na Rua Jerônimo Coelho, 44, no Centro Histórico. Durante o seu dia a dia no escritório, fez questão de juntar os melhores amigos para ajudarem no batente. Empregou, então, nomes como Hamilton Chaves, Túlio Piva, Rubens Santos e Johnson. Todos os seus "camaradinhas". Parceiros de labuta e de boemia. E as suas tarefas ainda validavam a sua peregrinação nos bares — afinal, era preciso passar de casa noturna em casa noturna para verificar se os direitos autorais estavam sendo respeitados e devidamente pagos. Não poderia ser melhor.
— Tem que passar de boteco em boteco, aquelas igrejinhas todas — disse Lupi, em entrevista ao jornal O Pasquim, em 1973.
E assim era. A Sbacem ficava bem próxima dos recantos preferidos dos boêmios, que estavam espalhados entre Centro, Cidade Baixa e Floresta. Porém, em 1974, o artista já não ia direto para os bares, fazia uma parada antes: na casa de sua segunda família. Era na Avenida Doutor Carlos Barbosa, a 300 metros do estádio Olímpico Monumental, outro templo bastante frequentado por Lupi. Nesta casa morava a sua paixão Relinda de Souza e a filha do casal, Nalu Madeira. Antes, as duas acompanhavam o músico pelos bares da cidade, mas, com o passar do tempo, Relinda foi preferindo deixar de sair à noite, fazendo com que Lupi mudasse a sua rotina.
— A minha mãe era muito ciumenta. Então, ele tinha que vir todos os dias — conta Nalu, que segue morando na mesma casa em que Lupi ia visitá-la diariamente.
A relação com Relinda começou em 1954 e seguiu por 20 anos, até a morte do compositor. Segundo Nalu, para ela Lupi compôs muitas músicas nestas duas décadas, sendo a mais conhecida Homenagem, de 1961, em que ele relata o seu "amor clandestino".
Via sacra
Cumprido o seu papel de pai, Lupi partia, então, para a noite. Passava de boteco em boteco, mas alguns eram os seus preferidos. Um ponto ao qual o artista adorava ir era o Restaurante Dona Maria, que ficava na Rua José Montaury, 121, no Centro. Por lá, jantava, molhava a garganta e já começava a cantoria. E, claro, dava aquela fiscalizada na questão dos direitos autorais, porque o homem era um profissional. Atualmente, um supermercado ocupa o prédio.
Mas o Chão de Estrelas foi também o seu chão. O bar, que era de Adelaide Dias, a mesma dona do Adelaide's, na Rua Marechal Floriano Peixoto, entre a Jerônimo Coelho e a Duque de Caxias, e para quem o músico compôs Dona do Bar, em 1973, reunia a nata da boemia porto-alegrense. O Chão de Estrelas, que ficava na José do Patrocínio, 908, na Cidade Baixa, já não existe, apenas o prédio, hoje desocupado, à espera de um novo empreendimento — que terá que suar muito para ser tão animado quanto aquele que agitava o ano de 1974.
— Teve a vez em que o Caetano quis conhecer o Lupicínio, em 1972, e o primeiro lugar em que foram procurá-lo foi o Batelão, casa que era dele. Mas ele não estava lá. Foi feita uma série de ligações, por vários bares da cidade, e foram encontrar o Lupi onde? No Chão de Estrelas — recorda Arthur de Faria, músico e jornalista, autor de Lupicínio: Uma Biografia Musical (Arquipélago Editorial, 2023).
Eis que uma das últimas paradas de Lupi na noite, então, era o famoso bar e restaurante Batelão, na Avenida Cristóvão Colombo, 442, no bairro Floresta. O empreendimento, que tinha Rubens Santos como sócio, ficava bem de frente para, veja só, a fábrica de cerveja da Brahma, o que não poderia ser mais adequado para a vida de Lupi. O prédio da cervejaria, hoje, abriga o Shopping Total. Onde ficava o Batelão, atualmente, é uma barbearia — que poderia agradar Lupi hoje, uma vez que o músico adorava estar sempre bem barbeado e com o bigode fininho, e ainda tem uma mesa de sinuca no local, remetendo a um bom boteco.
Sempre que chegava ao Batelão, Lupi já ia fazendo as vezes de sofredor para os presentes, que lotavam a casa, pedindo um cantinho para sentar:
— Como é que estão os meninos, tudo abotoadinho? Deem um lugar aí pro coitadinho do velhinho, sempre abandonado...
Com a boemia presente em sua vida desde os 12 anos, Lupi era uma criatura da noite. Foi assim na maior parte dos seus 59 anos. E, em 1974, depois de cantar, compor, beber e fazer todo o seu ritual diário, subia em seu automóvel e voltava para casa — mas tinha que chegar antes do horário combinado. Dormia algumas horas e começava tudo de novo. Lupicínio não se considerava compositor, muito menos cantor. Ele era, apenas, um boêmio — e tinha orgulho disso.
Segundo lar
"Para mim, ele era um pai normal", diz filha de "amor clandestino" de Lupi
Fruto da relação com Relinda de Souza, para quem o compositor dedicou a canção "Homenagem", Nalu Madeira, 67 anos, ainda mora na casa que o pai famoso frequentava
Nalu Madeira, 67, mostra foto de sua festa de 15 anos ao lado do pai (André Ávila/Agência RBS)
Arthur de Faria, autor de Lupicínio: Uma Biografia Musical (Arquipélago Editorial, 2023), conta que, durante os últimos 20 anos de vida, o gênio do samba-canção manteve uma relação fora do casamento com Relinda de Souza e com ela criou um lar, próximo ao Estádio Olímpico Monumental, onde ainda vive a filha do casal, Nalu Madeira. São personagens da jornada de um dos mais fascinantes personagens do Estado.
Casado de papel passado desde 1953 com Cerenita Quevedo, Lupi tinha na esposa um alicerce, mas isso não o impediu de trair a companheira com uma velha conhecida dos tempos de juventude.
Quando adulta, Relinda tornou-se dona de um rendez-vous. Ao se reaproximarem, decidiram viver um “amor clandestino”, conforme declararia em Homenagem, de 1961: “O nosso amor clandestino é que obriga a vivermos assim/ (...) Pois apesar de não sermos casados/ É quem me inspira e está sempre a meu lado/ Me acompanhando nas horas difíceis, nas horas de dor”.
A canção foi entoada por Lupi ao vivo no Cine Imperial, onde celebrava 25 anos de carreira.
— Para mim, ele era um pai normal — diz Nalu. — Quer dizer, para a minha vida era normal, mas para muita gente podia não ser. A gente se via todos os dias. Somente nos finais de semana que ele ficava lá com a outra família. O único problema era no Dia dos Pais, que ele não ia na minha escola, porque ia na do Lupinho.
Nalu, que não leva o sobrenome Rodrigues, recorda bem os preparativos para o seu aniversário de 15 anos. Para ela, que hoje tem 67, aquela festa foi um dos momentos de maior integração com Lupi, que cuidou de vários detalhes da celebração.
— Foi um momento bem marcante, em que a gente estava sempre junto mesmo, decidindo como ia ser e como não ia ser. Teve a valsa dos 15 anos, dançamos juntos.
Irmãos ao longo do tempo
Nalu conheceu Lupinho quando tinha 13 anos e havia começado a sair para as festas de Porto Alegre. O pai tratou logo de apresentá-los, com receio de que os dois, na noite, sem saberem do parentesco, se apaixonassem um pelo outro
Desta forma, os dois filhos mais novos passaram a ter uma relação fraternal — não tão próximos, mas se dando bem. Com o passar dos anos, depois da morte de Lupi, eles seguiram mantendo laços.
A irmã mais nova, inclusive, cuidou de Lupinho no hospital quando este precisou. A dupla ainda tem uma irmã mais velha, Clara Teresinha Rodrigues Hatsek, 84 anos, que mora no litoral de Santa Catarina, fruto de um relacionamento anterior de Lupi, dos anos 1930, com Juraci Pinheiro.
Última homenagem
Quando Lupi já estava internado na Unidade de Tratamento Coronário do Hospital Ernesto Dornelles, sofrendo de insuficiência cardíaca em decorrência do diabetes, Nalu precisou entrar escondida de Cerenita na instituição, com a ajuda de uma prima. Assim, pôde ver o compositor durante a noite. Seria a despedida dos dois. No dia seguinte, em 27 de agosto de 1974, ele morreria:
— A gente conversou e ele me deu a correntinha que usava.
Relinda não foi ao velório por receio de enfrentamentos. Os amigos de Lupi, entretanto, mudaram a rota do cortejo fúnebre e passaram em frente à casa dela.
— A minha mãe e a minha avó, mãe da minha mãe, então, se despediram dele. E os amigos tocaram Homenagem aqui na frente — lembra Nalu.
Homenagem
Onde descansa o velho Lupi?
Lupicínio Rodrigues está sepultado em uma discreta gaveta no cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, cuidada pelo filho Lupinho
No cemitério da Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Professor Oscar Pereira, em Porto Alegre, está enterrado Teixeirinha (1927-1985), um dos grandes nomes do cancioneiro do Estado. No espaço, os restos mortais do músico repousam em um túmulo bem conservado, de mármore, com uma estátua do músico em bronze, em tamanho real, com o seu violão em mãos. O jazigo é um dos mais visitados de Porto Alegre, com uma legião de fãs em todo Dia de Finados.
Do outro lado da rua, no cemitério São Miguel e Almas, outro importante nome da música do Rio Grande do Sul descansa eternamente. Mas com bem menos glamour que o seu colega de profissão. Lupicínio Rodrigues está sepultado em uma discreta gaveta, de número 21.685, no setor C4. Não chama atenção e passa quase despercebida para quem não a estiver procurando — até quem quer achá-la pode ter dificuldade, devido ao labiríntico espaço.
Na sepultura, um retrato de Lupi, flores artificiais, as datas de seu nascimento e de sua morte (16 de setembro de 1914 - 27 de agosto de 1974), a frase "Saudades de tua esposa, familiares e amigos", além de uma bandeirinha do Grêmio, time do coração do músico, já desbotada. É um espaço bem cuidado pelo filho Lupicínio Jorge Quevedo Rodrigues, o Lupinho, que paga mensalmente os custos da gaveta, sem nunca ter tido apoio do poder público.
— Sempre fui o responsável por essas diligências de custas. Inclusive, para manter este acervo todo que eu tenho sobre o meu pai. Nunca tive auxílio de ninguém. São recursos meus, por honra e glória da família e pelo respeito ao meu pai — explica Lupinho.
De acordo com o herdeiro do compositor, caso prefeitura ou governo do Estado tenham interesse em construir um espaço maior para homenagear Lupi, a família daria apoio. Porém, segundo Lupinho, não houve, nestes 50 anos desde a morte de seu pai, qualquer intenção dos órgãos públicos de erguer um mausoléu para o compositor.
— A gaveta fúnebre é muito pouco. Lupicínio merecia uma homenagem póstuma melhor, lembrando o mausoléu ao Teixeirinha, por exemplo, no cemitério da Santa Casa. Nada impediria que existisse uma homenagem deste porte ao Lupicínio em um futuro que, esperamos, seja breve — aponta Marcello Campos, jornalista e pesquisador, autor de Almanaque do Lupi (Editora da Cidade, 2014).
— É o maior compositor que o Estado teve — complementa Arthur de Faria, músico e jornalista, autor de Lupicínio: Uma Biografia Musical (Arquipélago Editorial, 2023).
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMCEC), por meio de sua assessoria de imprensa, destacou que a única homenagem prevista para Lupicínio Rodrigues é um bate-papo sobre as letras das canções do compositor em setembro, ainda sem dia marcado. O evento será na Sala Álvaro Moreyra, no Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (Av. Erico Verissimo, 307). Já a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac) afirmou, também por meio de sua assessoria, que não tem nada específico programado para a efeméride.
Por parte do Grêmio, time de coração do artista e para qual compôs o hino, as homenagens pelos 50 anos de morte do boêmio e pelos 110 de seu nascimento ficarão restritas às redes sociais. Em 2022, o clube inaugurou, ao lado de sua Calçada da Fama, na esplanada oeste da Arena, um busto em homenagem ao artista.
#1 Conduzindo o Sr.Rodrigues
#2 Um carro chamado Vingança
#3 A felicidade de Caetano Veloso
Mestre do samba-canção
Como ouvir Lupicínio nas plataformas de áudio
Serviços disponibilizam faixas na voz de intérpretes como Elis Regina, Elza Soares, Caetano Veloso e Jamelão, além de gravações do próprio compositor; filho garante que há obras inéditas a serem registradas
Dois biógrafos de Lupicínio Rodrigues — Marcello Campos, do Almanaque do Lupi (Editora da Cidade, 2014), e Arthur de Faria, de Lupicínio: Uma Biografia Musical (Arquipélago Editorial, 2023) — conseguiram mapear 290 músicas compostas pelo artista.
Nas plataformas de áudio, são várias as músicas de Lupi gravadas por outros intérpretes, de Jamelão a Caetano Veloso, de Elis Regina a Elza Soares. Porém, na própria voz do gênio do samba-canção, poucas foram registradas — em torno de 40. No Spotify, por exemplo, apenas 11 destas faixas estão disponíveis, dentro da coletânea Enciclopédia Musical Brasileira.
Lupicínio Jorge Quevedo Rodrigues, o Lupinho, filho do compositor, é quem administra a obra e detém os direitos do material ainda não divulgado. Ele garante que outras músicas na voz do saudoso boêmio estão sob sua propriedade. Entretanto, não tem pressa para colocá-las no streaming.
— À medida que o tempo vai se afastando ou chegando a nós, você vai lançando isso aos poucos. Não adianta pegar isso tudo e colocar de uma vez só, como uma fábrica. O tempo é senhor da vida — diz Lupinho. — Agora, nos 110 anos de nascimento do pai, a gente tem alguma coisa para lançar.
Ele afirma que há composições inéditas de Lupi aguardando para serem gravadas, mas ressalva que a escolha de um artista para isso é um processo demorado.
— Arrumar intérprete para cantar as músicas do pai é uma coisa. As músicas estão prontas, a obra está pronta, mas você tem que buscar a pessoa certa para isso. Você tem que sentir isso — diz o filho do compositor. — Até hoje, tenho mantido muito bem a coisa para que se tenha um efeito permanente. Tanto é que estamos falando dos 50 anos da passagem do pai e ele se mantém um ícone. Pela sua obra, pela conceituação, pela sua magistral construção musical e poética como compositor. Mas não foi feito tudo de uma vez só.
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