
Com índices de analfabetismo em queda em todas as idades, o Rio Grande do Sul é um dos Estados com menor percentual de pessoas que não sabem ler e escrever. Entre idosos (com 60 anos ou mais), a taxa é a segunda melhor do país, atrás apenas do Rio de Janeiro. Em relação às pessoas com 15 anos ou mais, a população gaúcha teve o quinto melhor desempenho nacional.
Na comparação com 2016, todas as unidades federativas tiveram redução no analfabetismo. Entre a população com 15 anos ou mais, a média brasileira passou de 6,7% para 5,3%. Já a gaúcha caiu de 3% para 2,4%. O melhor resultado foi no Distrito Federal, que teve queda na taxa de 2,4% para 1,8% no período.
Já entre os idosos, o índice teve diminuição de 20,5% em 2016 para 14,9% em 2024 no Brasil. No RS, o percentual passou de 9,4% para 5,8%. A região Sul tem as menores taxas do país em ambas as faixas etárias.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação realizada em 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, divulgado nesta sexta-feira (13), também trouxe informações sobre o número de anos de estudo da sociedade brasileira, a frequência escolar e o que faz com que jovens não estudem ou se qualifiquem.
Desde 2019, mais da metade da população brasileira com mais de 25 anos tinha pelo menos o Ensino Médio concluído. O índice alcançou 56% em 2024. Na região Sul, as taxas são inferiores – em 2019, essa parcela da sociedade representava 49,7%, e, em 2024, foi de 55,4%. O maior percentual é no Sudeste, de 61,3%.
Por outro lado, o número de anos de escolaridade é levemente superior na região Sul, de 10,3 anos, do que a média nacional, de 10,1 anos. Neste quesito, o Sudeste também sai na frente: os adultos com 25 anos ou mais estudaram, em média, 10,7 anos.
No recorte de gênero e cor, as maiores taxas de escolaridade são das mulheres e da população branca. Na comparação com 2016, houve aumento no tempo de estudo em todos os perfis e regiões.
A frequência escolar vem subindo no país, especialmente na faixa etária do zero aos três anos – em oito anos, passou de 30,3% para 39,8% deste grupo frequentando creches. O percentual, no entanto, segue abaixo dos 50% previstos no Plano Nacional da Educação (PNE).
Na faixa dos quatro e cinco anos, que iria à pré-escola, a meta é chegar a 100%. Ainda que o índice tenha aumentado no período, de 90% para 93,4%, o objetivo não foi cumprido.
Na faixa dos seis aos 14 anos, quando o estudante tem idade para frequentar o Ensino Fundamental, está a maior presença nas escolas: 99,5%, sendo ela 0,3 ponto percentual superior à taxa de 2016. A melhoria foi mais significativa na faixa dos 15 aos 17 anos, quando o adolescente frequentaria o Ensino Médio: subiu de 86,9% para 93,4%.
No grupo dos 18 anos 24 anos, quando se cursaria o Ensino Superior, a escolaridade teve leve queda: foi reduzida de 31,5% para 31,2%. Já entre a população com 25 anos ou mais, o índice daqueles que estavam estudando aumentou de 4,4% para 5,1%.
Motivo para não estudar
O percentual de pessoas que não estudavam sofreu uma mudança importante quando se compara a faixa dos 15 aos 17 anos e a faixa dos 18 aos 24. Se apenas 2,2% dos adolescentes brasileiros não estudava e nem se qualificava, o índice sobe para 39,8% entre os jovens adultos. A taxa aumenta, para 58,7%, quando se analisa o grupo dos 25 aos 29 anos.
Entre os motivos apontados para abandonar a escola pela população de 14 a 29 anos com escolaridade inferior a Ensino Médio completo, o principal foi a necessidade de trabalhar, indicada por 42% dos respondentes. Em segundo lugar, ficou a falta de interesse em estudar (25,1%).
Quando as respostas são desmembradas por sexo, há diferenças significativas: a necessidade de trabalhar foi apontada por 53,6% dos homens e por 25,1% das mulheres. Já o segundo motivo mais recorrente para abandonar a escola foi a falta de interesse, pelos homens (26,9%), e a gravidez, pelas mulheres (23,4%).