
Este ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre nos dias 9 e 16 de novembro. Quem fará a prova sabe que a preparação exige dedicação e comprometimento. No entanto, o sucesso vem da soma de um bom plano de estudo ao apoio pedagógico da escola, que ajuda o aluno a descobrir e aprimorar ferramentas para alcançar os melhores resultados.
– Na Educação Adventista, compreendemos que a preparação para o Enem vai muito além do estudo dos objetos do conhecimento. Por isso, em nossas unidades, desenvolvemos uma série de ações práticas e integradas que visam preparar o estudante nos âmbitos acadêmico, emocional e estratégico – diz a coordenadora pedagógica ANRS, Celi Fernandes Lima.
Métodos de estudo
Professor no Colégio Adventista de Gravataí, Eduardo Albuquerque destaca que o Enem é uma prova de equilíbrio. Por isso, a estratégia da Educação Adventista é revisar conteúdos, valorizar pontos fortes e corrigir resultados que ainda geram desconforto, incentivando a confiança do aluno.
Fazer simulados completos é uma atividade fundamental na preparação. O professor do Colégio Adventista Novo Hamburgo, Cristiano Rodrigues, recomenda anotar cada erro cometido e entender se ele foi conceitual, procedimental ou por desatenção. Outra dica é organizar os estudos em momentos dedicados aos temas que mais saem em cada disciplina. Em matemática, por exemplo, vale dar atenção redobrada a funções, geometria de áreas e volumes, trigonometria e estatística/descritiva.
– Ao resolver cada questão, escaneie o enunciado (dados, objetivo e relação), desenhe um esboço rápido e monte uma tabela antes de calcular. Assim, evita armadilhas de leitura – orienta Rodrigues.
No dia da prova, a orientação é começar pelas questões que parecem mais fáceis. No fim, reservar os últimos cinco minutos para conferir as respostas é algo de grande valor. Segundo o professor, a combinação de diagnóstico preciso, estudo focado e estratégia de tempo costuma ser o diferencial que eleva a nota.
Na hora da redação
A redação impacta significativamente a nota final do participante do Enem. Muitas vezes, pode ser fator decisivo para a aprovação nos cursos mais concorridos. Por isso, é fundamental dedicar um tempo de estudo para entender as especificações e exigências.
– O Enem não quer um texto bonito, mas sim claro, coerente e argumentativo. Mostre que sabe pensar sobre o tema, propor soluções e respeitar as normas da língua portuguesa – explica a professora de redação do Colégio Adventista Marechal Rondon e docente há 28 anos, Miriam Ramos Dutra.
Segundo a educadora, alguns pontos são fundamentais para um bom desenvolvimento escrito do tema sugerido na prova. Entre eles, destacam-se:
1. Ler o tema com atenção: não é incomum que os participantes tirem nota zero na redação por fugir do tema proposto. A dica é ler o comando, sublinhar as palavras-chave e pensar: “o que exatamente estão me pedindo para discutir?”.
2. Dominar a estrutura: é essencial compreender integralmente o que cada parte da produção do texto exige. A introdução apresenta contextualização, tema e tese. Na sequência, o desenvolvimento argumenta e exemplifica. Por fim, a conclusão retoma a tese e propõe intervenção.
3. Ter repertório e usar com propósito: ser capaz de citar filósofos, obras, dados e eventos é um diferencial. No entanto, o ideal é utilizá-los apenas quando forem verdadeiramente complementares ao sentido. Lembre-se que o repertório tem que ser legítimo, pertinente e produtivo.
4. Ser claro e objetivo: evite rodeios e períodos muito longos. O mesmo vale para palavras difíceis e termos pouco utilizados. Escrever bem é comunicar com eficiência.
5. Gerenciar o tempo: reserve uma hora para esquematizar e produzir a redação. Planeje, rascunhe e revise com atenção. Muitos erros vêm da pressão do momento e não da falta de conhecimento.
Voz da experiência
O ex-aluno do Colégio Adventista, Matheus Fagundes, conquistou um excelente resultado no Enem, alcançou quase a pontuação máxima na redação e conseguiu ingressar na universidade dos sonhos. Ele destaca que, para isso, parte de sua estratégia foi estudar o curso de interesse e entender as notas de corte das universidades que almejava. Dessa maneira, ficou mais fácil saber quais disciplinas e questões priorizar nos estudos e na hora da prova.
– Minha preparação foi estruturada em planos de metas e estudos. Compreendi também a importância de otimizar o tempo, uma vez que é complexo responder a todas as perguntas dentro do prazo estabelecido. A intenção era acertar questões de dificuldade variada, com foco nas médias, considerando um número razoável de fáceis e poucas difíceis, a fim de obter uma nota que refletisse um desempenho consistente – conta.
Trabalho pedagógico
O Novo Ensino Médio trouxe uma nova forma de organizar o aprendizado, o que influenciou a preparação para o Enem. Com isso, os professores da Educação Adventista atuam com um novo olhar sobre o planejamento, com foco no raciocínio crítico e integrado à realidade de cada turma.
– Com os chamados Itinerários Formativos e a ampliação das possibilidades de escolha, os alunos passaram a ter experiências de aprendizagem mais diversificadas, com projetos interdisciplinares. Essas mudanças permitem que eles relacionem melhor os conteúdos das disciplinas específicas com questões atuais, capacidade que é bastante valorizada no Enem – destaca Albuquerque.

