
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%, em reunião nesta quarta-feira (18). Este é o sétimo aumento consecutivo.
Este é o maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano.
A decisão foi unânime entre os membros do comitê. O Copom justifica que "entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante".
O comitê aponta incerteza no cenário externo devido às políticas econômica e fiscal dos Estados Unidos. No cenário doméstico, cita "dinamismo" dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho. Além disso, o Copom afirma que as expectativas para a inflação em 2025 e 2026 seguem acima da meta.
O Copom também sinalizou uma interrupção no ciclo de elevação da taxa básica de juro se o cenário não mudar "para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados".
Na última reunião, em maio, a taxa havia atingido 14,75%, o maior patamar desde julho de 2006. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto de 2024, começou a ser elevada em setembro, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto em novembro, e três de um ponto percentual, em dezembro, janeiro e março.
Incerteza
Antes da reunião, a decisão sobre a taxa era incerta. Boa parte dos economistas estimavam a manutenção da taxa de juro básico do país em 14,75% ao ano, enquanto outros indicavam espaço para aumento de 0,25%.
O cenário de inflação com sinais de descompressão, atividade econômica apontando desaceleração e câmbio menos agressivo indicavam fim do ciclo de alta.
Por outro lado, emprego aquecido, projeções de inflação ainda alta e necessidade de preservar a credibilidade abririam espaço para novo acréscimo na Selic, conforme outra ala do mercado. O tarifaço de Trump e a escalada no conflito entre Israel e Irã também complicam o cenário.