O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu nesta segunda-feira (30) que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tome "medidas mais duras" contra o que chamou de "exageros" na política de preços da Petrobras. A declaração foi dada em uma entrevista exibida pela Record News.
— Contra a Petrobras, sempre podem ter medidas mais duras. Cade já deveria ter dado resposta a exageros de monopólio da Petrobras — afirmou Lira.
Como exemplo do endurecimento das medidas, o deputado disse que o Cade deveria investigar uma denúncia de cartel na venda do gás de cozinha pela estatal.
— Se você pega a exploração do preço do gás no pré-sal com centavos de dólares e, quando esse gás entra no gasoduto da Petrobras, ele vai para 10/12 dólares, o que justifica esse custo? Petrobras pode responder por isso e por muito mais coisas — afirmou.
Como mostrou o Estadão/Broadcast em reportagem de abril, pressionado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Economia para tomar ações que resultem na queda do preço dos combustíveis, o Cade tem ao menos 11 investigações abertas que envolvem direta ou indiretamente a Petrobras, segundo levantamento realizado pelo órgão a pedido da reportagem. Há processos abertos desde 2009, e a maioria ainda não teve resultados práticos.
Lira tem liderado uma ofensiva contra aumentos de preços e tem o apoio do governo, uma vez que o efeito da alta da inflação preocupa o comitê da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a entrevista, ele também defendeu o envio de um projeto de lei ao Congresso para vender parte das ações da Petrobras, de modo que a União deixe de ser a acionista majoritária da empresa. Lira ponderou que não vê tempo para uma privatização completa da empresa neste momento.



