Contrariado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acatou a sugestão de líderes da Casa para adiar a votação da reforma do imposto de renda para a próxima terça-feira (17).
— Está fora de pauta, a pedido dos líderes, para votar na terça-feira, sem compromisso de mérito — determinou Lira.
A análise do texto do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) já havia iniciado no plenário, mas, sem consenso, líderes de centro e de oposição iniciaram um movimento para adiar a votação. A sugestão foi levada pelo líder do DEM, Efraim Filho (PB). Líderes do PT, PDT, PSDB e Novo concordaram com proposta.
— Colocar para semana que vem é sem dúvida nenhuma o caminho mais prudente — afirmou o líder do MBD, Isnaldo Bulhões (AL).
O líder do PSC, Aluísio Mendes, discordou com o adiamento, assim como o do PCdoB, Renildo Calheiros.
Lira queria avançar com a reforma nesta quinta. Ele afirmou que o tema da reforma tributária foi dividido justamente pela complexidade do assunto. Lira negou que a reforma possa tirar recursos de Estados e municípios.
— Eu não colocaria essa matéria para votar se tivesse qualquer chance de municípios perderem recurso — disse. — Não vai se chegar a um consenso nunca em relação a isso quando não se tem boa vontade de sentar e fazer a conta.
Lira defendeu que o texto de Sabino está no caminho certo, mas que acataria o apelo do plenário, embora não visse no adiamento uma solução.
O relator disse que acatará sugestões das bancadas e irá protocolar um novo texto ainda nesta quinta. Disse ainda que estará disponível até terça-feira para tirar as dúvidas dos colegas.
Após a decisão, o plenário passou a analisar o projeto que trata sobre a federação dos partidos. A relatora da reforma eleitoral, deputada Renata Abreu (Podemos-SP) está em voo e, quando ela chegar ao seus destino, deverá ser retomada a votação do segundo turno da proposta de emenda à constituição (PEC) sobre mudanças nas regras eleitorais.