O Ministério da Economia divulgou que setembro foi o mês em que mais empresas foram criadas desde o início do ano, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul. Ao todo, 327.800 empresas foram criadas no país — dessas, 20.329 são gaúchas. O governo federal entende que o grande número de registros se deve a uma maior facilidade e ao menor custo para abertura de empresas.
Já a Associação Gaúcha do Varejo (AGV) e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico avaliam que o movimento também faz parte do processo de formalização de pessoas que trabalham por conta própria.
Segundo dados do ministério, das 20.329 empresas registradas, 17.241 (84,8%) são de microempreendedores individuais (MEI). Só neste ano, 127.904 pessoas formalizaram a própria MEI no Estado. Manicures, cabeleireiros e vendedores de roupa, comida e bebida estão entre os setores com mais registros.
— As pessoas que perderam o emprego durante a pandemia estão buscando, agora, ganhar uma renda extra ou até mesmo se recolocar no mercado de trabalho por meio de uma atividade autônoma e, ao mesmo tempo, se formalizando. É um processo que a gente chama de pejotização — avalia o presidente da AGV, Sérgio Galbinski.
Os dados disponibilizados pelo governo federal incluem apenas o ano de 2020. Entretanto, de acordo com informações da Junta Comercial do Estado, mais empresas foram criadas em setembro de 2020 (19.712) do que em setembro de 2019 (15.351), em um cenário sem pandemia.
A Lei de Liberdade Econômica sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado pode ter provocado também o aumento nos registros de empresas. O tempo médio para isso diminuiu e, no mês passado, foi de apenas dois dias e 21 horas. A meta é de reduzi-lo para apenas um dia. De todos os negócios criados em setembro no país, 32,8% já foram abertos em menos de um dia.
— Acredito que três fatores podem ter colaborado com o aumento no número de empresas registradas: a maior facilidade para o registro com a lei de liberdade econômica, a formalização de pessoas que foram demitidas durante a pandemia e maior aquecimento da economia no país — avalia o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Rodrigo Lorenzoni.