Pela segunda vez tentando chegar ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou no final de semana o governo de São Paulo, tentou se mostrar como uma opção que ganhou mais experiência desde que concorreu pela primeira vez, em 2006, e tem o que mostrar em suas gestões em São Paulo. Para Alckmin, que participa do Fórum da Liberdade em Porto Alegre, o Brasil está em uma encruzilhada: escolhe o caminho do populismo fiscal ou do crescimento sustentado, com reformas, privatizações e com o capital privado como aliado em concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
— Queremos um crescimento não cíclico como voo de galinha, mas que melhore salários e empregos, o que trará investimentos. Hoje sobra dinheiro no mundo.
A sua agenda, enumerou Alckmin, vai privilegiar planos de ações que melhorem a produtividade do país para subir em competitividade, o que também inclui abertura comercial. Para melhorar o ambiente de negócios, propõe fazer reforma tributária e desburocratização. Disse ainda ser favorável à privatização da Eletrobras, mas sustentou não ter a mesma intenção em relação ao Banco do Brasil.
Questionado sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ser algo triste, mas considerou que é a justiça sendo feita. Quando perguntado sobre postagem de um delegado da Polícia Federal durante o fim de semana que pregou a investigação e prisão de outros políticos que se beneficiaram de esquemas semelhantes, se esquivou de responder. Os citados na publicação, além de Alckmin, são o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Em relação à prisão pela PF semana passada do ex-diretor da estatal de logística paulista Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto e ligado ao PSDB, Alckmin disse que o fato não atingirá a sua campanha e nem teme um acordo dele com investigadores para falar o que sabe.
— Nenhuma preocupação com delação — ressaltou Alckmin.
Durante apurações relacionadas à Operação Lava-Jato, Paulo Preto foi apontado como operador em supostos desvios recursos em obras na gestão do tucano José Serra (2007-2010) no governo paulista.