
A cotação do dólar comercial ultrapassou R$ 3,40 na manhã desta terça-feira. É o maior valor desde 27 de março de 2003, quando chegou a R$ 3,4230.
A preocupação com as contas públicas do Brasil continua sendo o principal motivo para a disparada do dólar. A redução da meta de economia do governo para 2015 e 2016, anunciada pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na semana passada, faz aumentar a preocupação de analistas com o tamanho da dívida pública brasileira.
Quanto mais endividado está um país, mais complicado para seus governantes convencer credores de que é capaz de pagar as dívidas em dia. Como o dólar também obedece à lei de oferta e procura, quanto menos tem, maior fica o preço.
Analistas também têm demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil ter a nota rebaixada por agências de classificação de risco. A nota - indicativo para investidores internacionais da confiabilidade do país honrar suas dívidas com credores - é bastante relevante para a comunidade financeira.
Governo não usará reservas para controlar câmbio, diz Barbosa
China vai prosseguir com medidas de resgate do mercado de ações, diz regulador
Por volta das 12h30min, a moeda norte-americana avançava 0,77%, a R$ 3,3898 na venda. Pouco antes, chegou a ser vendido a R$ 3,4058 reais. Às 13h40, o dólar chegou ao maior valor do dia - e também dos últimos 12 anos -, de R$ 3,4275. Às 15h, a moeda estava em R$ 3,3820. Às 16h40, a moeda valia R$ 3,3677.
Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que termina amanhã. Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda americana dar mais um salto. Juros mais atrativos, atrairiam para os Estados Unidos, recursos aplicados hoje no Brasil.