Eduardo Matos
Na segunda reportagem da série "Pequenos Negócios", a Rádio Gaúcha conta histórias de quem contribui para esse setor que emprega mais de 15 milhões de pessoas no Brasil e 1,3 milhão no Rio Grande do Sul. Do empreendedor consolidado que chega a rejeitar clientes, até os que estão começando, mas muito motivados para crescer.
Na primeira reportagem da série "Pequenos Negócios", destacamos que aumentou o número de micro e pequenas empresas abertas no Rio Grande do Sul em relação a anos anteriores. Mas quem são esses empreendedores?
Luciano é um exemplo de microempresário a ser seguido. É proprietário de uma serralheria na Zona Norte de Porto Alegre, que chega a rejeitar clientes de tanta procura. Atualmente, a internet é a principal fonte de divulgação do negócio. "A divulgação hoje é feita através de site da empresa e anúncio no Google", conta Luciano.
A Uniferro começou com o pai de Luciano. "Ele veio do interior. Trabalhou como funcionário de algumas empresas de Porto Alegre e logo em seguida resolveu abrir o negócio dele aqui mesmo", lembra.
O serralheiro, como gosta de ser chamado, lembra que começou a fazer portões, escadas e grades de ferro como ajudante do pai quando atingiu a maioridade. "Mais ou menos há 16 anos eu comecei com carteira assinada por ele, trabalhando junto com os funcionários. Em 2001, eu comecei a tomar a frente", destaca Luciano
A serralheria de Luciano fatura por ano R$ 320 mil. São três funcionários, dois deles com 30 anos de casa. O ambiente amplo, arejado e que conta com todos os equipamentos de segurança ajuda bastante no trabalho pesado. Luciano dá uma dica para quem está engatinhando no empreendedorismo. É preciso se aperfeiçoar, independentemente do ramo. "Esses certificados (certificados fixados na parede do escritório da empresa) fazem parte do Projeto Serralheiro, do Sebrae. Tenho vários, como o de Indicadores de Desempenho e alguns de premiações que ganhei", conclui o serralheiro.
O empreendimento de Kolbert e Paulo é bem diferente do de Luciano. A dupla registrou a Prime Chefs no ano passado. Um é formado em Educação Física. O outro em Hotelaria. Em comum, a paixão por cozinhar. Os dois jovens gaúchos se conheceram quando faziam um curso de Cozinha Internacional na Austrália, como lembra Paulo. "Foi uma conversa de churrascada, na ideia de a gente trabalhar no que gosta e de ter o próprio negócio", destaca Paulo.
A Prime Chefs organiza toda a parte de alimentação de eventos, como aniversários, formaturas e casamentos, por exemplo. A especialidade é o empratado, onde a comida vem à mesa já servida no prato, mas também servem Buffets, Canapés e Coquetéis. O investimento inicial só para montar a cozinha industrial foi de R$ 30 mil. "Compramos vários equipamentos, como de refrigeração, freezer e geladeira pra manter as temperaturas dos alimentos", conta Paulo.
Para divulgar o negócio, Paulo e Kolbert criaram um site para a Prime Chefs. Um portfólio está em fase de confecção. Atualmente, fazem em média dois eventos por mês. Paulo afirma que o ideal seria oito pequenos ou quatro grandes. "Falta conseguirmos mais clientes. O mercado acaba consumindo mais do mesmo", lamenta Paulo.
Nos fundos de um terreno na Zona Norte de Porto Alegre, no segundo andar de uma casa, está o escritório de Camila e Marco. Trata-se da sala da própria residência. Camisas sociais e polos importadas se misturam aos brinquedos do filho. O casal cansou dos riscos da informalidade e de trabalhar como empregados e decidiu criar a Multigriff. Ela era secretária de uma empresa de telemarketing. "Queria ter o próprio negócio. Não ter vínculo com patrão", destaca Camila.
Marco já vendia roupas como bico enquanto trabalhava de distribuidor de produtos para Pet Shops. "A gente consegue ter a tranquilidade de estar com o negócio regularizado", comemora Marco.
Uma das principais formas de divulgação da Multigriff é o Facebook. O casal publica fotos dos produtos, com os valores. O notebook num dos braços do sofá da sala é usado desde as primeiras horas da manhã. "Eles nos fazem as perguntas e a gente responde. É onde a gente consegue fazer bastante vendas", conta Marco.
Marco conta o segredo para fidelizar a clientela. "A gente consegue comprar com qualidade e quantidade e repassar preço", conclui.
Na próxima reportagem, a rotina dos informais. E a concorrência desleal da pirataria.
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