
Em 5 de julho é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo. Trata-se de um modelo econômico baseado na união de pessoas com interesses em comum, que trabalham em conjunto para alcançar objetivos que dificilmente seriam concretizados individualmente. Como 2025 é o Ano Internacional das Cooperativas – iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar o impacto positivo dessas instituições ao redor do mundo –, a data tem significado ainda maior.
– É a segunda vez que a ONU decreta o Ano Internacional das Cooperativas, reforçando como promovem inclusão econômica e social, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da sociedade. No Brasil, um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta diversos benefícios que as cooperativas promovem nas áreas onde atuam. Entre eles, destacam-se o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, da geração de empregos, da massa salarial, do número de empresas e até da escolaridade dos municípios – diz o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port.
Olhar coletivo
Com mais de 120 anos de história, o Sicredi foi a primeira instituição financeira cooperativa do Brasil. Hoje, tem unidades espalhadas por todo o país, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde está presente em 97% das cidades.
– Nosso objetivo é entender a vocação de cada região e trabalhar para fortalecê-la. O agronegócio, por exemplo, é muito forte no Estado. Somente no último Plano Safra, 43% de todas as operações de crédito rural no Rio Grande do Sul foram liberadas pelo Sicredi. Já na serra gaúcha, a atenção é voltada ao turismo. Na região metropolitana, por sua vez, os esforços vão principalmente para indústria, comércio e serviços – explica Port.
O executivo ressalta que, atualmente, cerca de 30% das empresas gaúchas e da população adulta do Estado são associados ao Sicredi. A estimativa é resultado de uma série de fatores, com destaque para o principal diferencial do cooperativismo: oferecer os mesmos produtos e serviços financeiros dos bancos tradicionais (como seguros, cartões, consórcios e aplicações), mas com um olhar voltado às necessidades da comunidade local.
– Outro fator importante é a atenção a diversos aspectos de responsabilidade social. Existem várias iniciativas sendo desenvolvidas, como o Programa A União Faz a Vida. Também vale destacar o Fundo Social, no qual as cooperativas destinam parte de seu resultado para entidades sem fins lucrativos. Apenas no ano passado, esse último projeto arrecadou R$ 30 milhões para organizações do Rio Grande do Sul. Em todo o país, foram R$ 75 milhões – afirma o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste.
Essas ações que promovem transformações na sociedade, aliadas à forte atuação no dia a dia e em momentos críticos enfrentados pela população gaúcha ao longo dos últimos anos – a exemplo da pandemia de Covid-19 e das enchentes – colaboram significativamente para que o cooperativismo ganhe ainda mais visibilidade e força.
– Nos últimos anos, as cooperativas brasileiras registraram crescimento de 20% anualmente. Quando olhamos para o futuro, não tenho dúvidas de que o número de pessoas se associando a essas instituições e percebendo seus diferenciais será cada vez maior – finaliza Port.