
As temperaturas baixas, intensificadas pela nova onda de frio que atingiu o Rio Grande do Sul nesta semana, tornam uma série de atividades rotineiras mais difíceis, como lavar a louça, sair do banho quente e até mesmo praticar sexo. Para alguns, essa época do ano pode dificultar a frequência das relações sexuais.
Por fatores fisiológicos e comportamentais, a queda das temperaturas pode enfraquecer o desejo sexual. Segundo a psicóloga e sexóloga Ana Rita Pinto Martins, os dias mais frios e com menos luz solar reduzem a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados ao prazer. Com isso, as pessoas podem ficar mais desanimadas, sem interesse ou disposição para o sexo.
— A dopamina e a serotonina estão muito ligadas à luz, então em dias muito chuvosos e com pouco tempo de sol, já reduz a vontade. Além disso, o frio tem uma tendência de causar vasoconstrição. Os nossos vasos se contraem, e daí isso pode afetar mais a excitação física, como a lubrificação vaginal e a ereção — explica Ana Rita.
A especialista pontua que, no inverno, também é comum que as pessoas procrastinem algumas tarefas, como fazer atividades físicas por falta de coragem de enfrentar o frio. Isso também pode influenciar na falta de energia e afetar a vida sexual. Para alguns, todas as etapas do sexo nesta época do ano podem exigir muita disposição.
— As pessoas pensam que têm que tirar a roupa ou tomar banho depois e já começa por aí. O frio ativa, no nosso cérebro, a necessidade de conservar energia e buscar mais conforto. Que, muitas vezes, se traduz em ficar quietinho, debaixo das cobertas — defende Ana Rita.
Para os solteiros, a situação pode ser ainda pior, uma vez que, em alguns casos, é necessário sair de casa e conhecer alguém novo para ter uma relação sexual. Enquanto no verão as pessoas ficam com a autoestima elevada, a redução na produção de serotonina e dopamina do inverno podem tornar essa tarefa mais difícil.
Lado bom do frio
Por outro lado, a estação mais fria do ano é a preferida de alguns para transar. As temperaturas mais baixas incentivam o contato físico como forma de aquecimento, tornando o toque mais frequente e desejado. Ambientes fechados e acolhedores também favorecem a intimidade entre os casais.
— Casais que já têm um vínculo emocional podem se beneficiar desse clima. Porque o frio estimula o aconchego, que libera mais ocitocina, o hormônio do afeto. Ele favorece mais o toque, a proximidade e o desejo. O contato físico fica mais gostoso — ressalta a sexóloga.
Como não deixar de transar no frio?
Mesmo com o desânimo típico dos dias frios, adiar a vida sexual por tempo demais pode afetar não só a saúde individual, como também o vínculo do casal. O sexo fortalece a intimidade, reduz o estresse, melhora a imunidade e libera hormônios ligados ao bem-estar.
Ana Rita acredita haver algumas práticas que podem ajudar os casais a driblar a falta de vontade trazida pelo frio:
- Marcar um dia para transar: escolher um momento da semana e criar um compromisso entre os dois para investir nesse ritual de prazer
- Preparar o ambiente: ligar o aquecedor ou o ar-condicionado, acender a lareira, abrir uma garrafa de vinho, colocar uma playlist sensual ou criar um espaço com cobertores quentinhos pode facilitar a iniciação do ato
- Tomar banho juntos: o casal também pode, antes do ato, tomar um banho quente juntos para aquecer o corpo. E, se estiverem inspirados, ter a relação debaixo do chuveiro mesmo
- Massagem com óleos quentes: usar cremes ou óleos que esquentem pode ser uma boa maneira de deixar o corpo mais quente e aumentar a vontade de fazer sexo
- Manter algumas peças de roupas: para alguns casais, a solução pode ser continuar vestindo meias ou blusões para não pegar tanto frio