
Nem toda posição leva ao orgasmo. Isso porque, para muitas mulheres, o prazer está ligado a fatores que vão além da penetração, como estímulo clitoriano, liberdade de movimento, conforto e conexão com o parceiro. Por isso, entender o que favorece o clímax feminino em cada caso é essencial para tornar o sexo mais prazeroso.
A ginecologista e sexóloga Juliana Ulyssea afirma que a maioria das mulheres vai atingir o orgasmo pelo estímulo direto ou indireto do clitóris, órgão sexual pequeno localizado na parte superior da vulva. Para ter relações mais prazerosas, é importante investir na ativação dessa região.
— Então todas as posições que permitirem ter um estímulo maior do clitóris vão ser preferíveis para essas mulheres. Aquela que chamamos de cavalgada ou cowgirl, em que a mulher fica em cima do parceiro, permite uma maior fricção dessa região. Elas vão poder controlar o ritmo, profundidade e até o ângulo da penetração, para ficar mais parecido com o que gostam — avalia.
Posições nas quais as mãos, da mulher ou do parceiro, ficam livre para estimular o clitóris por meio do toque ou de brinquedos sexuais também podem ser interessantes para quem busca atingir o clímax. Juliana sugere, ainda, colocar um travesseiro embaixo do quadril, para deixar a pélvis mais elevada e garantir melhor fricção do clitóris durante a penetração.
Já para mulheres que conseguem atingir o orgasmo através do estímulo do ponto G, área sensível localizada na parede anterior da vagina, a poucos centímetros da entrada, a sugestão da especialista é testar posições que proporcionem uma penetração de maior profundidade. A famosa "mamãe e papai" e suas variações – como quando a mulher fica com as pernas apoiadas nos ombros do parceiro – podem ser uma boa pedida.
Autoconhecimento é essencial
A sexóloga destaca que as posições sexuais mais prazerosas podem variar bastante de mulher para mulher, já que cada corpo responde de maneira única aos estímulos. Por isso, o autoconhecimento é essencial: explorar o próprio corpo e entender o que gera mais prazer pode fazer toda a diferença na vivência sexual.
— Não tem fórmula mágica, o que funciona para uma, às vezes não funciona para outra. Então é importante se descobrir e saber onde é que gosta de ser tocada, como, em que ritmo, com qual pressão, e também saber como gosta de ser penetrada. A masturbação é uma coisa muito importante para a mulher se conhecer. E ir testando, porque no sexo não tem certo ou errado, desde que seja entre adultos e com consentimento — sugere a médica.
A partir desse conhecimento, há outros detalhes essenciais para garantir relações sexuais satisfatórias. Juliana defende que o prazer feminino é muito subjetivo. As mulheres, em geral, precisam que fatores físicos, emocionais e relacionais estejam alinhados para conseguir atingir o orgasmo.
— Se tem troca afetiva e tem confiança, pode aumentar a entrega. Fica mais fácil de comunicar um desejo, limite ou fantasias. E deixa a mulher mais à vontade para explorar novas posições e possibilidades. É importante, também, estar em um lugar acolhedor, com conforto, segurança e privacidade para aproveitar o momento — acrescenta.
A ginecologista reforça, ainda, que a cobrança excessiva pode ser inimiga do prazer. Estar presente, de corpo e alma, na relação e evitar pensamentos ansiosos em relação à necessidade de ter um orgasmo podem ser decisivos para a mulher conseguir atingir o clímax.