
Muitos casais que tentam engravidar costumam recorrer a dicas populares para aumentar as chances de concepção. Entre elas, a ideia de que certas posições sexuais facilitariam o trajeto dos espermatozoides até o útero, o que, supostamente, aumentaria as chances de gravidez.
Uma rápida pesquisa na internet revela algumas teorias populares, como a de que as posições "papai e mamãe" ou "de quatro" permitiriam que o esperma chegasse mais rapidamente ao destino. Embora os boatos sejam comuns, não há comprovação científica de que determinadas práticas influenciam na fecundação, como explica o médico ginecologista João Pedro Hoefel:
— É importante entender como se faz ciência: tem que ter duas hipóteses e fazer um teste. Seria difícil fazer um teste para isso. Teria que pegar um grupo de casais que só têm relação sexual em uma posição, e outro grupo que só têm em outra. E, depois de alguns meses, ter um dado estatístico comprovatório. Por isso, não tem nenhum tipo de evidência de que alguma posição específica gera mais gestações.
O que aumenta as chances?
Hoefel acrescenta que um casal saudável com uma vida sexual regular tem, aproximadamente, 12% de chance de gravidez ao mês. A posição durante a relação íntima não aumenta nem diminui as possibilidades, mas uma série de outros aspectos merecem atenção:
— Tem a questão do controle de evolução, por exemplo, que pode ser feito de várias maneiras. Como o velho método da tabelinha. Aí as mulheres conseguem saber quando estão ovulando e ter relação sexual nos dias férteis. Isso aumenta a chance de gravidez.
Além disso, a saúde do casal também é importante. O ginecologista explica que, para casais jovens, o ideal é tentar engravidar por 12 meses antes de começar a fazer testes para investigar problemas de infertilidade. Para os que têm acima dos 35 anos, o tempo de espera antes dos exames reduz para seis meses.