
Camila Maccari, especial
Você está lá assistindo ao seu seriado favorito e, na hora da cena de sexo, acontece o que já está acostumada: o casal mal foi para a cama e já chega, junto, ao orgasmo. A cena é tão frequente que faz muita gente se perguntar: “por que isso não acontece comigo”?
A sexóloga Izabel Eilert responde: porque atingir o orgasmo ao mesmo tempo em que o parceiro com a maior naturalidade é um mito.
– A primeira coisa que temos que perceber é que o gozo é uma coisa completamente individual. Não tem como dar um pouquinho para o outro, é um sensação completamente individual. O teu orgasmo é só teu. Ver o outro gozar, sentir-se responsável por aquele gozo, tudo isso é muito prazeroso. Mas o orgasmo é uma coisa só tua – explica.
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Mesmo assim, Izabel conta que esse é um assunto delicado entre muitos pares que buscam a terapia sexual. Para esses casais, ela costuma dizer que a falta de sincronia na hora de gozar não deve ser considerada um problema porque não é: só é um problema quando algum dos dois não chega ao clímax nunca ou quase nunca. E, se os casais não costumam gozar juntos, de onde veio a percepção de que essa é a forma certa de sentir prazer?
– Acho que foi o homem que ditou um pouco essa ideia pela referência que ele tinha do que era orgasmo e de como é prazeroso, para ele, ver uma mulher gozando. Faz pouco tempo que a mulher passou a falar de gozo tão abertamente e o homem passou muito tempo sem saber como a parceira funcionava de verdade. Como, para eles, a penetração é tudo, ele deduziu que era desse jeito mesmo. E, como a mulher ainda sabia pouco sobre o próprio orgasmo acabou aceitando que era assim. Ainda estamos todos aprendendo – defende.
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Claro que não é impossível conseguir a proeza, se isso é algo que os dois querem juntos e sem pressão, como mais uma maneira de apimentar a vida sexual. Casais em início de relacionamento, no auge da paixão e que passam o dia trocando mensagens eróticas têm mais chance de sucesso porque, de acordo com a sexóloga, a mulher já vai para a cama pronta. Quem não tem mais aquela empolgação da novidade sempre pode treinar, já que “tudo relacionado a sexo pode ser treinado”. A primeira coisa a considerar é que vocês dois reagem de forma diferente aos estímulos sexuais.
– A mulher leva quatro vezes mais tempo do que o homem para chegar a um ponto de grande excitação, o que já fura a naturalidade dessa sincronia. Ela funciona com outros estímulos: enquanto o homem é mais visual, a mulher é mais mental, o homem quer direto o toque no genital, a mulher não tanto. São muitas diferenças e tudo deve ser considerado.
Levando em conta todos esses fatores, vocês conseguem descobrir o que mais excita cada um, quanto tempo cada um leva para chegar lá e podem descobrir uma maneira de, invariavelmente, um esperar pelo outro. A sexóloga sugere antes fazer uma análise se vale a pena todo esse trabalho: quando você se preocupa com algo durante o sexo, o orgasmo pode ficar mais difícil e, mais importante que gozar junto é se certificar de que todo mundo conseguiu gozar.
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