
Desde que venceu o Big Brother Brasil 21, Juliette não esteve mais sozinha, como diria o icônico discurso de Tiago Leifert na final do programa. Com carisma, autenticidade e uma trajetória marcada pela superação, a paraibana conquistou o Brasil, provando a força da torcida que a acompanhou lealmente durante o reality show e a levou ao título de campeã com 90,15% dos votos.
Hoje, com mais de 54 milhões de seguidores nas redes sociais, a influenciadora de 35 anos consolidou a sua presença na internet e seguiu o chamado da arte, lançando-se com tudo no universo da música – com dois álbuns de estúdios lançados – e da televisão.
Desde maio, Juliette passou a ocupar um lugar fixo no tradicional sofá do Saia Justa, integrando o time ao lado de Eliana, Erika Januza, Bela Gil e Tati Machado. Mais do que um novo projeto, o programa representa para ela um espaço seguro de fala e escuta:
— Eu acho que, diante de tantas situações que silenciam as mulheres e suas opiniões, o Saia Justa é um espaço onde nos sentimos confortáveis para falar e ouvir, nos sentimos acolhidas mesmo. É um respiro em meio a lugares que não nos dão tanta voz assim. Então, acho que o Saia Justa é um alívio em meio a tudo isso e é extremamente engrandecedor.
Ponto de virada
A novidade no Saia Justa chega pouco depois do lançamento de Risca Faca, seu segundo álbum de estúdio. Mais leve e dançante, o disco revela uma faceta ainda mais descontraída de Juliette, que faz questão de mostrar sua pluralidade ao misturar pop com sonoridades tipicamente brasileiras – elementos fundamentais em sua formação artística, que começou com Ciclone (2023), seu primeiro disco.
Além destes, a paraibana também tem em sua discografia os álbuns ao vivo Caminho (2023) e São Juão (2024), e os EPs Juliette (2022), Esquenta (2025) e Farra (2025).
Mas quem a acompanhou no BBB 21 sabe que esse desejo de cantar sempre esteve presente. De forma natural, Juliette costumava cantarolar músicas nordestinas com frequência, especialmente clássicos da MPB e da música regional que refletiam suas raízes paraibanas, como Deus Me Proteja, de Chico César, e Anunciação, de Alceu Valença.
Apesar de uma narrativa marcada por reviravoltas, Juliette olha com carinho para sua passagem pelo reality que a revelou para o Brasil. Para ela, o programa não foi apenas uma competição: foi um ponto de virada.
— Tenho muito orgulho da minha participação. É muito bom ser reconhecida pelo que você é, sem máscara, sem fingimento. É um presente para mim. Poucas pessoas têm esse privilégio de ser amadas e admiradas pelo que são.
Ao deixar o BBB 21 milionária, Juliette confessou no documentário Você Nunca Esteve Sozinha que jamais imaginou passar por uma transformação tão intensa após o programa, especialmente ao entender como a fama funciona:
— Na minha cabeça, eu iria para o BBB, ganharia no máximo R$ 200 mil, sairia uma subcelebridade, o que, para mim, seria interessantíssimo. Queria ser subcelebridade, fazer alguns publis e tchau. Continuaria trabalhando, estudando para concurso. Não cogitei a possibilidade de dar certo — disse, à época.
Embora seja uma influenciadora com números expressivos, Juliette admite entender a grande responsabilidade do que compartilha nas redes sociais, incluindo sua vida pessoal. Ela é noiva do atleta de crossfit Kaique Cerveny, e o relacionamento começou de forma discreta. Apesar de dividir alguns momentos com seus "cactos" (nome do seu fandom), ela se mantém reservada.
— Não há um plano fixo sobre o que mostrar ou não, é o que me sinto confortável em compartilhar — relata.
Em entrevista a Donna, Juliette fala mais sobre a mais nova empreitada como apresentadora no Saia Justa, a inspiração para Risca Faca e os planos de lançar uma marca de beleza.
Confira a entrevista com Juliette
Como tem sido a experiência de integrar o time do Saia Justa? Você já tinha se imaginado como apresentadora do programa?
Estou muito feliz. Eu já me imaginei apresentando o Saia Justa várias vezes, sempre assisti, me inspirei e me senti acolhida. Então, estar lá hoje é um presente. Quero aprender cada dia mais, partilhar cada dia mais e tem sido maravilhoso.
Você lançou recentemente Risca Faca, seu segundo álbum de estúdio. O que você buscou explorar ou transmitir nesse novo disco?
Risca Faca traz justamente meu lado de festa, leveza, farra e bagaceira, que todos nós temos. Brinco que sou desde a mulher mais intelectual, séria, até a mais solta, que bota o copo na cabeça, desce até o chão, se diverte, é leve, é feliz. Acho que é possível ser tudo isso numa mulher só, e essa sou eu.
Quatro anos após sua participação no Big Brother Brasil, como você enxerga o papel do programa atualmente?
Acho que o programa tem um papel muito forte na nossa sociedade, é um reflexo de como as pessoas estão pensando, dos conflitos sociais, das faltas que nossa sociedade vive. É uma cápsula, uma amostra social, e isso tem muito valor para entender como o público pensa e trazer pautas necessárias para a evolução da nossa sociedade.
Como uma influenciadora com quase 30 milhões de seguidores no Instagram, como você lida com essa responsabilidade? Além disso, como decide o que mostrar da sua vida nas redes?
Sempre tive uma responsabilidade coletiva com meu conteúdo, com minhas opiniões, o que defendo e vendo, o que me fez construir uma carreira com credibilidade e respeito do público.
Vejo esse lugar de influenciadora com muita responsabilidade. Isso foi o que me trouxe até aqui. Mas também reconheço meu lado humano, com vulnerabilidades, com a vida privada cheia de coisas boas e não tão boas. Mostro o que sinto vontade e o que acho bom para mim ou para os outros. É muito orgânico me reconhecer neste lugar da humana que erra e que acerta.
É um respiro em meio a lugares que não nos dão tanta voz assim. O "Saia Justa" é um alívio em meio a tudo isso e é extremamente engrandecedor.
JULIETTE
Cantora e influenciadora digital
Quem é a Juliette quando não está em frente às câmeras ou no palco?
Sou uma pessoa em evolução, aprendendo o tempo todo, errando, tentando evoluir. Às vezes boba, às vezes reflexiva e visceral, mas sou a mesma pessoa sem tantos enfeites, tanto na frente quanto por trás das câmeras. Eu vim de um reality e as pessoas me testaram em várias situações. Acho que vocês já me viram nesse lugar (risos).
Sua trajetória é marcada por transformações na carreira. O que aprendeu sobre si mesma nesses últimos anos?
Aprendi que não controlamos muita coisa, que existe um plano maior que o nosso, e precisamos nos preparar para todas as situações. Buscar o que nos faz bem, adaptar-se às diversas formas de felicidade, é o segredo.
Você é muito próxima da sua mãe (Fátima Freire). Há algum conselho dela que você carrega até hoje como guia na vida?
Minha mãe sempre me fortaleceu, dizendo que sou inteligente, maravilhosa, a melhor filha do mundo, a mais linda. Acreditei nisso e me fortaleceu como mulher, na intelectualidade, autoestima, e na forma como vejo o mundo, valorizando o que realmente importa.
Você já se reinventou em tantas áreas. Tem algo que ainda sonha em fazer?
Quero me reinventar sempre. A vida é movimento, aprender coisas novas. Tenho tantas possibilidades e quero aproveitar mais, ocupar novos lugares. Ainda quero lançar uma marca de beleza e muitas outras coisas, mas a marca de beleza é um dos meus objetivos a médio prazo.