Redação Donna
Chanel recriou a Praça Vendôme à luz da lua, Dior desfilou em um museu, Frank Sorbier ocupou o suntuoso Cirque d'Hiver: os criadores que apresentaram suas coleções nas passarelas da alta-costura, nesta última semana, consideram o cenário um elemento essencial em seus desfiles.
FOTOS: Os destaques da semana de moda parisiense
A passarela de Frank Sorbier, ontem, foi uma mostra de como a alta-costura é para muitos estilistas uma forma de criar mundos oníricos, e um pretexto para experimentar e também uma forma de dizer o que pensam sobre o mundo em que vivemos.
- Esta coleção gira em torno da natureza, que é uma das principais preocupações de nossa época - disse Sorbier depois da apresentação de sua coleção para o próximo outono e inverno, intitulada "Ailleurs" (em outro lugar).
A passarela de Sorbier maravilhou tanto por suas estruturadas criações, declinadas em tons de cobre, madeira, verde musgo, como pelo espetacular lugar escolhido para apresentá-la - o histórico Cirque d'Hiver - e, sobretudo, pelo universo dramático e encantado criado para apresentar seus vestidos.
O desfile, que ocorreu no picadeiro do circo transformado em uma floresta, foi aberto com a cantora Shy'm vestida com um terno preto.
As modelos, em forma de travessos espíritos da floresta, giravam e faziam piruetas, usando vestidos fabricados em suaves sedas enrugadas, acompanhados de chapéus e botas de mesmo material.
- Começou com tecidos brancos, e tingimos todas em cores quentes que lembram o verão indiano, para criar um efeito natural, orgânico, como o de uma floresta. O que eu queria era sobretudo criar uma coleção antilantejoulas, anticostura - disse o estilista.
Algo inédito desta coleção foi também o fato de ser a primeira vez que um desfile de alta-costura é aberto ao público, que podia comprar entradas por preços que oscilavam entre 35 a 8.000 euros.
Horas antes do desfile de Sorbier, foram os jardins do Palais Royal, a alguns passos do museu do Louvre, que serviram de cenário para a coleção apresentada pela casa On aura tout vu, que propôs calças e vestidos justos, incrustados com adornos metálicos que destacam a silhueta.
Na terça-feira à noite, a Chanel recriou no museu do Grand Palais a praça Vendôme, com sua alta coluna coroada por uma estátua de Coco Chanel - reconhecível por seu pequeno chapéu - um cenário que fez parte de um desfile cheio de nostalgia e desenhado por Karl Lagerfeld, o diretor artístico da casa.
Os desfiles terminam nesta quinta-feira com um único desfile, o de Azedine Alaia.