Redação Donna
É o movimento das ondas do mar que dita a velocidade e a intensidade da massagem havaiana, uma prática terapêutica milenar que aos poucos vem se popularizando no Brasil. Tida como uma espécie de ritual em sua origem, a massagem promete, além de relaxar e trazer uma série de benefícios físicos, acalmar a alma e renovar as energias.
Com raízes na Polinésia, mais especificamente no Havaí, a massagem foi criada pelos nativos como uma forma de colocar os jovens em contato com seu eu interior.
Inicialmente, a prática funcionava como um rito de passagem da adolescência para a vida adulta. Ao longo de dez dias, os rapazes eram massageados pelos chefes da tribo, tidos como guardiões dessa técnica, para que descobrissem as sensações do seu corpo e despertassem para sua verdadeira essência.
Para entender as características principais dessa massagem, basta compreender sua origem, pois suas bases fundamentais estão diretamente ligadas a ela. Além dos movimentos serem inspirados no vai e vem das ondas - fazendo com que seja por vezes mais intensa ou mais serena -, a música típica do Havaí tem forte influência na massagem. Realizada ao ritmo de tambores e de sons de animais, ela pode ser comparada a uma espécie de dança, como explica a massoterapeuta Ione Kontarski, especialista nesse tipo de massagem há 10 anos.
- Eu digo que é como uma dança de surf no mar. Os movimentos são realizados de acordo com a melodia das músicas havaianas, fazendo com que seja uma massagem rítmica, exatamente como uma dança, com todos os passos e a harmonia que deve ter. É preciso muita técnica, pois os movimentos devem ser intercalados com suavidade para que não quebrem a sincronia com a trilha sonora.
Apesar ser utilizada no princípio como uma iniciação dos jovens havaianos, a massagem se difundiu pelo mundo e se tornou aliada em tratamentos terapêuticos para alívio de dores e combate ao estresse e à depressão. Além de cuidar da saúde física, a massagem havaiana tem como objetivo a troca de energia e a busca pelo auto-conhecimento.
- Ela atua no sistema de circulação sanguínea e linfática, melhora a textura da pele e promove o relaxamento, oxigenação e alongamento muscular, mas a técnica havaiana ainda gera energia e traz benefícios para a questão emocional e espiritual de quem a recebe - afirma Ione.
Ambientada com velas, pétalas de flores e acompanhada pela música, a massagem ganha uma energia sensual que colabora para o aumento da autoestima e da confiança de quem recebe o toque. A sensualidade, sem o apelo erótico, é fundamental para alcançar os objetivos que vão além dos benefícios físicos.
- A massagem serve como um despertar da sensualidade e a sensualidade é uma energia muito forte. Os movimentos devem ser feitos com inocência, sem malícia. Fazendo a pessoa se sentir sensual, o massagista faz com que ela se sinta poderosa, corajosa, capaz de enfrentar o mundo. É essa energia que faz da massagem havaiana uma prática terapêutica, porque trabalha o ser humano em busca do auto-conhecimento, da auto-confiança, da elevação do ego.
A massagem havaiana não tem contraindicações expressas, mas não é recomendada para pessoas com idade avançada e gestantes, justamente por ser intensa em determinados momentos. Por ser uma prática terapêutica, Ione explica que a regularidade no tratamento é importante e deve ser acertada com o massagista de acordo com cada caso. A massoterapeuta lembra que a massagem não é um trabalho de via única, já que o profissional também deve se envolver na sessão para que haja efetivamente a troca de energia característica dessa modalidade.
- A massagem é um presente que a pessoa dá para si mesma. É um tempo que se tira para cuidar da gente, por isso é tão importante.