Redação Donna
Em uma série de reportagens que começa hoje e se estende até sexta-feira, Zero Hora trata de temas importantes no retorno do ano letivo.
No início do ano letivo, uma criança com apenas seis anos se prepara para mudar de fase.
Sob o olhar atento dos pais, deixará a escola infantil e ingressará no 1º ano do Ensino Fundamental.
Pode-se imaginar uma mãe muito ansiosa e um filho receoso em sair da zona de conforto da guarda familiar, mas não é o que ocorre. Murilo, seis anos, não vê a hora de chegar ao novo ambiente. O motivo é simples:
– Quero ir, porque lá tem escolinha de futebol.
A mãe, Adriana Moraes, bancária de 41 anos, diz que ela e o marido estão tranquilos diante do novo cenário. Após pesquisarem por colégios que conjugassem os fatores ensino integral, distância entre casa e trabalho e mensalidade, fizeram a opção e começaram a preparar o filho e a si mesmos.
– Fico preocupada com três questões: a adaptação ao novo local, o relacionamento com os colegas de aula e a reação da minha filha mais nova, de dois anos, por estar acostumada a conviver bastante com o irmão – diz ela.
A semana inicial de uma criança no ambiente escolar é um período de adaptação delicado. Mas o psicólogo Fernando Elias José acredita que hoje o impacto é menor.
– Como os pais trabalham bastante, as crianças estão mais adaptadas à ideia de ter de ir para algum lugar. Algumas escolas já têm maternais, o que permite que cheguem ao Ensino Fundamental com as turmas antigas.
Ainda assim, é preciso facilitar o processo de adaptação – o contato com a escola não pode ser súbito. Decidido o colégio, mães e pais devem ter segurança na escolha e transmitir essa confiança aos filhos.
– O pai deve ter clareza das regras da instituição e evitar desautorizá-la em frente à criança – orienta Elias.
– É preciso um planejamento de pelo menos uma semana para que a criança crie vínculos. Às vezes, é mais difícil adaptar os pais do que os filhos – argumenta Sandra dos Santos Andrade, professora do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Pedro Augusto Santos Pires, seis anos, chegará ao Colégio Gustavo Vieira de Brito, em Vacaria, com uma vantagem em termos de segurança: o pai, André Silveira Pires, 35 anos, é professor de física e matemática na escola.
– A adaptação no pré foi fundamental para ele ficar mais seguro – conta a mãe, Luciane Santos Pires.