Redação Donna
Pressionada por entidades médicas e farmacêuticos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou a decisão sobre a intenção de proibir a venda de medicamentos para emagrecimento no Brasil.
Sob forte esquema de segurança, com policiais federais armados acompanhando a audiência pública, realizada na quarta-feira na sede da Anvisa, a proposta de proibição foi bombardeada. Depois disso, a Anvisa já não fala mais em um prazo para bater martelo. Antes da reunião, a informação era de que uma resolução seria publicada em março.
? Não há prazo para definição. Vamos discutir o assunto até que todas as dúvidas sejam esclarecidas ? admitiu o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.
A proibição da venda dos remédios dietilpropiona, femproporex, mazindol e sibutramina foi recomendada à Anvisa pela Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), grupo de consultores da agência. No relatório, técnicos listam vários riscos dos remédios e colocam em dúvida a eficácia dessas drogas.
? Quem contesta essas informações precisa apresentar dados convincentes que demonstrem o contrário ? afirmou Barbano.
O médico Anthony Wong, da Cateme, concorda com o veto.
? Obesidade tem vários fatores. Moderador de apetite não é a principal arma ? disse Wong, que afirmou que os anorexígenos são a segunda causa de internação psiquiátrica no país, perdendo apenas para o álcool.
Decisão polêmica
Mas entidades participantes foram contrárias à proposta. A presidente da Associação Brasileira para Estudo de Obesidade, Rosana Radominski, diz que a retirada trará prejuízo aos pacientes.
? As pesquisas analisadas pela Anvisa são as mesmas que nós avaliamos. Nós, porém, tiramos conclusões distintas ? disse Rosana.
O endocrinologista Márcio Mancini achou o debate satisfatório e diz que a Anvisa deve ouvir novamente os médicos antes de decidir.
? Entramos no debate pessimistas e saímos aliviados ? disse Mancini.