Redação Donna
Nesta quarta-feira, a banda americana Jonas Brothers vem a Porto Alegre para realizar um show de sua atual turnê. Quem vê o desempenho do grupo, sem acompanhar de perto o farto noticiário sobre os três irmãos, desconhece que um deles, Nick Jonas, possui diabetes tipo 1. Ele foi diagnosticado quando tinha 13 anos, atualmente ele tem 18. Apesar disso, a doença nunca foi um fator limitante para o desempenho do rapaz nos palcos, pelo contrário.
Adepto de hábitos saudáveis, Nick mostra a toda uma geração de crianças e adolescentes que também enfrentam o problema que é possível ter uma vida normal, apesar do diagnóstico.
O coordenador da Clínica de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Universitário São José, de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Levimar Rocha Araújo, explica que o diabetes tipo 1 se manifesta ainda na infância, mas se for bem controlado não impede que o jovem alcance seus objetivos. De modo geral, os casos de diabetes têm crescido 3% ao ano entre crianças e adolescentes. Atualmente, a doença atinge 250 milhões de pessoas no mundo.
A incidência geral do diabetes tem crescido a taxas de 3% ao ano entre crianças e jovens. O aumento de casos está diretamente relacionado ao avanço da obesidade e a disseminação de hábitos pouco saudáveis como sedentarismo e má alimentação.
A manifestação da doença, também conhecida como "diabetes juvenil", é produzida por uma reação autoimune do organismo contra as células que produzem a insulina, que é responsável por sintetizar a glicose e, por isso, é essencial seu controle diário.
? No diabetes tipo 1, como o paciente necessita de doses frequentes de insulina, o monitoramento precisa ser mais intenso, sendo realizado em média cinco vezes ao dia ? explica.
? Fazer o monitoramento glicêmico corretamente, exame conhecido como 'ponta de dedo', é fundamental para manter o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e para garantir a qualidade do tratamento ? garante.
O diagnóstico do diabetes traz mudanças drásticas na vida dos jovens. Além disso, contar com o apoio de pessoas mais próximas facilitam a aceitação da doença.
? Uma das principais dificuldades enfrentadas por jovens diabéticos é se acostumar com sua nova rotina ? ressalta.
Além do apoio da família, é essencial que o adolescente busque informações sobre a doença e interaja com outros que possuem o mesmo problema.
? Dessa forma, o jovem terá outra visão do diabetes, ao permitir que a doença seja encarada como algo comum em suas vidas ? comenta.
Araújo responde algumas dúvidas recorrentes sobre a doença:
:: Como a descoberta da doença afeta a vida dos jovens?
Levimar Rocha Araújo: Quando uma criança ou adolescente se descobre diabético, não apenas ele, mas também toda a família acaba vivenciando as dificuldades de adaptação na rotina que a doença exige. É preciso mais tempo do que o de uma simples consulta médica para que esses indivíduos possam entender melhor sua doença e compreender que é perfeitamente possível conviver bem com o diabetes.
:: A partir de que idade a criança que tem diabetes já pode cuidar de sua própria rotina?
Araújo: A partir dos quatro anos de idade, a criança com diabetes já pode começar a fazer a aplicação de insulina. Quanto mais cedo o paciente se tornar responsável pelo próprio tratamento, mais consciente e independente será no futuro. O maior nível de conhecimento e aceitação da doença está relacionado ao melhor controle metabólico e, consequentemente, a uma melhora da qualidade de vida do diabético.
:: Qual a importância do controle da glicemia para os diabéticos do tipo 1?
Araújo: Devido a deficiência na produção de insulina, característica do diabetes tipo 1, esses pacientes necessitam da administração de doses diárias do hormônio. Nesse contexto, fazer o monitoramento glicêmico corretamente é fundamental para manter o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e para garantir a qualidade do tratamento, pois os resultados do exame de glicemia capilar (ponta de dedo) servem para balizar a quantidade de insulina em cada aplicação. Além disso, a rotina de monitorização permite que o médico avalie se o paciente está com a glicemia sob controle, ou seja, se o tratamento está sendo eficaz.