Redação Donna
Há duas semanas, Débora de Oliveira tinha certeza de que seguiria o chamado para a vida religiosa. Após participar de desfiles no 15º Donna Fashion DC Beiramar, em Florianópolis, a convicção não é mais a mesma, apesar do arrependimento em ter exposto uma parte do corpo que não desejava.
? Foi difícil. Coloquei minha vocação à prova e fiquei com mais dúvidas ainda.
Qualquer que seja o caminho escolhido, Débora sabe que pode contar com o apoio da família e da Congregação Escolares de Nossa Senhora, entidade de Forquilhinha que a acolheu para a vida religiosa.
Irmã Marinês, que participou do momento de despertar da vocação, atesta que as experiências são importantes para o amadurecimento da decisão.
A morena de 16 anos, que sempre gostou do mundo da moda, escolheu o caminho da igreja por acreditar ser mais acessível. Frequentava as missas desde a infância e, naturalmente, tornou-se catequista. Em um dos frequentes retiros para jovens, sentiu o chamado para tornar-se freira.
Mas as luzes do mundo fashion continuavam piscando. Quando soube que haveria uma seletiva de modelos em um shopping de Criciúma, inscreveu-se. Um novo universo se abriu a partir do momento em que foi escolhida para integrar o kasting de um grande evento em Florianópolis. Débora nunca havia trabalhado como modelo e sequer feito fotos.
Uma semana depois, estava em Florianópolis, hospedada na casa da irmã do caça-talentos da Mega, Bruin de Oliveira, na companhia de outras modelos da região. Após um cursinho básico de passarela, veio a constatação de que a moda era um sonho possível, mas nem sempre fácil. O primeiro desfile, para Maria Bonita Extra, ela tirou de letra. Mostrar a coleção da Colcci no encerramento do evento foi uma provação. As peças eram transparentes e os seios da filha caçula de Conceição ficaram à mostra.
Orações
A ousadia deixou um misto de vergonha e peso na consciência.
? Já rezei muito, pois fiz algo que não concordo, mas não dava para recusar. Mas Deus estava comigo o tempo todo.
A repercussão também assustou a menina, descrita como tímida e quieta por Ederson Vitali, seu chefe no setor de acabamento na fábrica da Damyller, em Forquilhinha. Características que desapareceram diante dos holofotes.
Ela demonstrou desenvoltura e profissionalismo e a sementinha foi plantada. Débora já manifesta algumas ambições para o futuro, como se tornar uma referência no mundo das top models, por exemplo.
? Não é necessário que eu me torne uma Gisele Bündchen. Ficaria feliz em ter o reconhecimento da Renata Kuerten (catarinense de sucesso mundo afora).
Coincidência ou não, Renata também é do Sul do Estado e foi descoberta por Brunin. Seria este um sinal de que o universo da moda é um caminho possível para Débora?