Donna
"Falar sobre ele é mais do que falar sobre um estilista, é falar sobre uma lenda. Givenchy foi super precoce, descobriu o talento para a alta costura já aos 10 anos de idade, contrariando os pais que queriam que ele fosse advogado. Com 24 anos, após ser assistente dos grandes nomes da moda, como Pierre Balmain e Elsa Schiaparelli, abriu sua primeira maison. Uma coisa interessante é que ele surpreendeu bastante as pessoas usando tecidos de camisaria, coisas que não se usavam tanto na época, e também fazia muito uso de peças independentes, as coordenáveis, como ele chamava. Nessa época, anos 1950, era tudo na base do conjuntinho ainda – e ele já descombinou, desconstruiu as peças, separando as saias de calças, desmontou os conjuntinhos. Foi um dos primeiros a fazer isso. Claro que ficou muito famoso com a parceria que teve com a amiga e musa inspiradora, Audrey Hepburn: em todos os filmes que ela fez, exigia que ele assinasse os figurinos, de tanta confiança que tinha nele. Audrey em Breakfast at Tiffany's "Grande mestre que trabalhou a costura como poucos e que inovou trazendo conceitos até então raros para a moda na qual ele estava inserido, principalmente nos anos 1950 e 1960. Givenchy sofisticou com simplicidade a alta costura. Era um estilista de modelagens mais simples, mas precisas. A preciosidade dele estava no corte e uso impecável de tecidos. Foi pupilo de Balenciaga, era como um mestre para ele. Tinham uma relação muito interessante de inspiração. Ele fez com que a roupa tivesse sofisticação em sua essência. Não tinha nada muito exagerado, as formas eram mais contidas. Em uma das primeiras coleções dele, ele trabalha com algodão, que era um tipo de tecido considerado pouco nobre para o padrão de costura da época. Então ele foi um cara ousado, em trazer formas mais simples, tecidos mais simples e quando não, tecidos sofisticados em formas simples, esse contraste entre um e outro. Givenchy também falou que nunca era uma mulher que deveria se acomodar às formas de um vestido, e sim o vestido que deveria se acomodar às formas de uma mulher. Essa valorização da silhueta sempre foi feita com muito requinte e sofisticação. O francês era o antagonismo de qualquer resquício de vulgaridade. Vestiu rainhas, princesas, atrizes francesas, mas sem dúvida nenhuma sua musa-mór, Audrey Hepburn, é a essência da moda de Givenchy. Eles tiveram uma longa relação de amizade. O modelo mais icônico que representa exatamente essa simplicidade e sofisticada que se tornou a essência desse mestre é o vestido preto (foto acima) que ela usou no filme Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de Luxo). Veste muito bem, contorna a silhueta, é fino e atemporal: tem tudo a ver a obra deles dois. Ele como criador, ela como o melhor exemplo dessa criação. Outra coisa interessante na obra dele é que, depois de Chanel, Givenchy talvez tenha sido o estilista que mais trabalhou com a cor preta, era bem essencial em suas criações. O que confirma essa convicção de uma roupa sofisticadamente mais simples." Grace Kelly's em vestido assinado por Givenchy na Casa Branca, em 1961 : Como montar o look no estilo Audrey Hepburn
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