Os motivos para postergar a maternidade são muitos. Algumas mulheres planejam focar na carreira e decidem virar mães num momento de maior estabilidade financeira, outras querem aproveitar para viajar e estudar. Há ainda as que enfrentam a infertilidade e passam anos em busca do positivo, ou aquelas que só descobrem o desejo de se tornarem mães mais tarde.
A seguir, veja algumas questões importantes para estar atenta caso você deseje engravidar mais tarde:
Chances de gravidez
As chances de engravidar naturalmente a partir dos 40 anos caem vertiginosamente. Até os 45, a cada ciclo, a mulher tem menos de 5% de chance. Depois, a taxa cai para 1%. Há maior risco de aborto e de alterações genéticas.
Reprodução assistida
É o caminho que boa parte escolhe para ser mãe depois dos 40. Com a fertilização, caso a mulher tenha reserva ovariana suficiente, as chances de sucesso aumentam. O problema são os riscos em razão do envelhecimento do óvulo. Por isso, muitas optam pela ovodoação – a utilização de óvulos de uma doadora anônima mais jovem com características físicas semelhantes. Caso haja necessidade, também é possível recorrer ao banco de sêmen. O procedimento pode chegar, em média, a R$ 30 mil.
Congelamento de óvulos
Caso o plano seja pela maternidade tardia, os médicos indicam o congelamento de óvulos até os 35 anos. A partir desta idade, o número e a qualidade de óvulos decrescem, sendo mais acelerados após os 39. Quando for feita a fertilização, é possível usar seu material genético e não depender da ovodoação.
Cada vez mais popular, o procedimento é intermediado pela clínica de reprodução assistida. No Brasil, não há um banco de óvulos organizado e é proibida a doação com caráter lucrativo ou comercial. Geralmente, o que ocorre é a “doação compartilhada”, quando doadora e receptora se beneficiam. Por exemplo: enquanto uma busca a fertilização e doa óvulos para baratear o valor do procedimento, a outra, que receberá os gametas, cobre parte do custo. A identidade é preservada e não há contato entre elas. A última resolução (2.294) do Conselho Federal de Medicina (CFM), de junho, liberou ainda a doação de gametas para parentes até o quarto grau – neste caso, não há necessidade de anonimato. A doação voluntária de óvulos também é liberada, apesar de ser incomum, já que não é possível ter benefício financeiro.
Posso fazer fertilização até quando?
Ainda segundo a resolução 2.294 do CFM, a idade máxima das candidatas à gestação por reprodução assistida é de 50 anos. São aceitas exceções a esse limite “com base em critérios técnicos e científicos fundamentados pelo médico responsável”.
Fontes:
Ginecologista e obstetra Gioconda Lucatel, da Clínica NASCE
Ginecologista e obstetra Carlos Link, médico certificado em reprodução assistida pela Febrasgo e SBRA e diretor técnico da Clínica ProSer