
O Festival Destemperados, que ocorre amanhã, 5, das 14h às 22h, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia), em Porto Alegre, abre alas para o Churras Summit, ou seja, um dia inteiro para vivermos o churrasco. É uma oportunidade para compartilhar conhecimento. E eu estarei lá a partir das 15h para palestrar sobre o tema.
Cada um aproveita a nossa comida típica à sua maneira: em um momento de confraternização, em um ritual de domingo ou em uma junção para ver futebol — seja como for, sempre encontramos um bom motivo para assar carne.
O churrasco gera assunto por uma semana. São muitas possibilidades a serem consideradas: ponto da carne, método de preparo e serviço, se terá mesa posta ou se será servido picadinho. Além da pastagem, que avança para a raça do bovino e o estilo de corte. E se tiver ovelha, abre-se o leque ainda mais. Afinal, alguns gostam de temperar a carne, enquanto outros entendem isso como ofensa.
Com todo o conteúdo que a carne e a cultura do assado têm, nesses encontros o vinho se torna coadjuvante, abrindo espaço para trocas de experiência e contação de história — do jeito como a tradição permite e merece. Porque o churrasco de família aos domingos é um momento para ser vivido em etapas.
Tipos de vinho que combinam com churrasco
Por isso, depois do mate, é hora de abrir um espumante para aguardar os convidados chegarem. Outra opção é o vinho branco. Leve, fácil e sem passagem por madeira, a bebida é ideal para acompanhar uma conversa.
Uma dica é não ingerir nada muito pesado. Afinal, o início de domingo pede por uma taça de espumante ou de vinho branco, que soa como boas-vindas.
E em seguida já pode entrar um pãozinho ou queijinho com tomate para ninguém beber de estômago vazio. A acidez dos vinhos combina bem com as gorduras das carnes de churrasco.
Por isso, rótulos de regiões frias são opções interessantes para acompanhar as entradas, como linguiça, salsichão e tulipinha.
Quando as carnes de aperitivo saírem, é porque chegou a hora de abrir o tinto. Os taninos da bebida se unem à untuosidade da carne.
Então, se você, assim como eu, é do time que gosta de proteína vermelha e extremamente suculenta, um vinho com bastante extração ou passagem por madeira é a escolha perfeita. Além disso, dá aquela vontade de ter mais — saliva a boca só de pensar.
Se o churrasco for servido na mesa, na hora do corte principal, a sugestão é abrir um vinho mais protagonista. Pois será possível apreciar cada gole com calma. Já se o serviço seguir na tábua com o picadinho, a dica é escolher um coadjuvante, porque será bebido enquanto se confraterniza. Ou seja, avalie o momento para cada rótulo brilhar do seu jeito.
Na fase final, quando o assador vai colocando um pedaço de entrecôte na parrilla, vale abrir um rótulo que seja estrela. Como as carnes começam a perder espaço e a conversa ganha outro tom, é o momento de ir na adega e separar uma garrafa especial, aquela que há tempos se deseja saborear.
Muitas vezes pode até servir de sobremesa, uma vez que o vinho vai abrindo na taça e conduzindo a conversa. É uma bebida elegante, que sabe bem a hora de se mostrar (risos).
Como enóloga e também consumidora de vinhos, penso que, às vezes, só precisamos deixar fluir, sem nos importar tanto com a harmonização. Vinho, assim como churrasco, é para compartilhar.
Tem horas que são os donos da cena, em outras apenas acompanham. Em qualquer caso o resultado é sempre o mesmo: quando estamos com uma taça na mão estamos em boa companhia. Bom Churras Summit para todos. Nos vemos lá!
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