
Com a chegada do frio, cresce a procura por pratos quentes nos restaurantes da Capital. É nesse cenário que o mocotó, um clássico da culinária brasileira, vira protagonista.
A sopa que leva miúdos de boi e feijão branco costuma atender a clientes com mais de 30 anos. Porém, alguns restaurantes relatam que tem aumentado a curiosidade dos jovens para experimentar mocotó.
O custo de produção é baixo — já que os insumos são, normalmente, baratos —mas o preparo dá trabalho. Os ingredientes, principalmente o mondongo, precisam ser limpos e cozidos por um bom tempo. Alguns estabelecimentos relatam que suas versões do mocotó podem levar até dois dias inteiros para ficarem prontas.
Confira onde comer mocotó em Porto Alegre:
1 - Gambrinus Restaurante
No restaurante mais antigo do Rio Grande do Sul, o Gambrinus, o mocotó está no cardápio de inverno há 50 anos. A receita é a tradicional, que leva bucho, mondongo, patas e, dependendo do ano, tendão. Como o estabelecimento fica dentro do Mercado Público, os ingredientes são comprados no próprio local.
O Gambrinus produz, em média, cerca de 300 quilos de mocotó por temporada. O prato começa a ser servido em maio e segue até agosto. A produção é feita duas vezes por semana: às terças e sextas-feiras. A venda, no entanto, é realizada nas quartas e sábados.
Quem comanda as panelas é Gabriela Ramalho, cozinheira profissional há mais de 14 anos, mas que respira a cozinha desde os oito anos de idade. O preparo começa logo cedo, ainda pela manhã, com o corte dos ingredientes. As patas de boi passam por uma limpeza rigorosa antes de irem para a panela de pressão. A base do caldo é a cartilagem das patas, combinada com mondongo, feijão branco, linguiça tipo calabresa, colorau e cheiro verde.
Servido à la carte, o cliente pode repetir quantas vezes quiser por R$ 69 por pessoa. Caso queira levar para casa, o cliente pode optar por uma porção congelada, segundo João Melo, proprietário do local.
- Endereço: Avenida Borges de Medeiros, 85, no Centro Histórico
- Telefone: (51) 3226-6914
- Instagram: @gambrinus1889
2 - Divino Sabor

No Divino Sabor, o mocotó é sinônimo de memória afetiva. Segundo o proprietário Gerson Royer, o prato atrai principalmente o público acima dos 40 anos, em busca da “comidinha que era feita pela vovó”.
Servido no buffet de quarta a domingo entre os meses de abril a novembro, o valor varia de R$ 41 a R$ 68, conforme o dia. É possível comprar o mocotó congelado em qualquer época do ano. Os preços variam entre R$ 38 e R$ 45, conforme a quantidade.
A receita leva bucho, feijão branco, linguiça fininha, molho de tomate e temperos, e passa por um preparo longo, que dura dois dias. Royer afirma que a Divino Sabor produz cerca de 4 mil quilos do prato no inverno.
- Endereço: Avenida Otto Niemeyer, 2364, na Tristeza
- Telefone: (51) 3024-2364
- Instagram: @divinosaborgrillotto
3 - Du Nordeste

Na zona norte de Porto Alegre, o mocotó é servido no buffet livre às sextas e sábados, por R$ 46, nos meses de junho e julho. Também há a opção congelada, vendida por R$ 55 o quilo.
Segundo a proprietária, Josiane Araújo Guimarães, a receita é o “mocotó a rigor”, com bucho, patas, tendão, tripa, feijão branco e linguiça artesanal. O prato, que começou a ser feito a pedido dos clientes, atrai um público variado, de pessoas da região a visitantes de outras cidades, com faixa etária acima dos 30 anos.
Um dos clientes mais fiéis é um coronel aposentado de 80 anos, que almoça mocotó no local toda sexta-feira.
- Endereço: Avenida Farrapos, 2512, no São Geraldo
- Telefone: (51) 3279-2512 ou (51) 99479-2976
- Instagram: @_dunordeste
4 - Du Porto Bistrô

No bairro Rio Branco, o mocotó só entra no cardápio quando o frio começa a dar as caras. Neste ano, o prato começou a ser servido em maio e vai até a primavera.
Porém, o prato só está disponível no buffet às quintas e sábados, no valor de R$ 34. Também é possível comprar por quilo, por R$ 40 ou pelo iFood por R$ 55. A receita leva mondongo, calabresa, feijão branco e temperos, com toppings como ovo cozido e cheiro-verde.
A casa funciona de segunda a sábado, das 11h30 às 14h30, e fecha aos domingos e feriados.
- Endereço: Rua Santa Cecília, 1743, no Rio Branco
- Telefone: (51) 3276-8996 ou (51) 99711-1287
- Instagram: @duportobistro
5 - Parrilla Los Baguales

No restaurante chefiado pelo casal Carlos Krieger e Alessandra Poeta, o mocotó é servido sem bucho e com tudo batido no liquidificador. O resultado é um prato de caldo grosso e consistente, que segundo Alessandra "agrada até que não gosta da textura tradicional".
A receita é de família, criada pelo pai de Carlos, que o ensinou o preparo aos 10 anos de idade. A porção para consumo no local custa R$ 55, e o quilo congelado sai por R$ 45, rendendo cerca de 1,3 quilos depois de aquecido.
O mocotó entrou no cardápio fixo no ano passado, com aumento na procura por parte de jovens. A oferta vai de maio até a chegada da primavera, em setembro.
- Endereço: Rua Coronel Massot, 825, no Cristal
- Telefone: (51) 99106-9398
- Instagram: @parrillalosbaguales
6 - Vó Paca - Cozinha Artesanal

A receita, que atravessa gerações da família de Jaqueline Aparecida Navarro Castilhos, começou a ser vendida congelada e, desde maio, também é servida no recém-inaugurado espaço físico, com clima de casa de vó.
O atendimento é intimista, com cerca de 25 lugares e agendamento prévio. Além do mocotó, que custa entre R$ 30 e R$ 52, a depender da quantidade servida, o cardápio tem torta fria e pizza de sardinha.
- Endereço: Rua Sepé Tiaraju, 1489, no Teresópolis
- Telefone: (51) 98122-9904
- Instagram: @_vopaca