Destemperados
Para alguns habitantes do litoral de Santa Catarina, a chegada do outono e das temperaturas mais baixas significa apenas uma coisa: tainha na rede! Isso porque o peixe, que tem sua pesca liberada nessa época, é aclamado com festa antes mesmo de chegar à mesa: pescadores comemoram a cada lanço farto e restaurantes anunciam o frescor do pescado presente no menu como quem ostenta um tesouro.
A tainha divide paladares: alguns amam e outros odeiam. O sabor pronunciado da carne escura – que fica ainda mais intenso e marcante se preparado de forma inadequada – faz com que muitos passem ao largo de sua safra. Mas quem gosta não dispensa, de jeito nenhum, uma bela tainha escalada ou frita em postas, com destaque ainda para as ovas – o caviar da nossa terra.
Para a professora do curso de Gastronomia da Univali, em Balneário Camboriú, Luciana Bernardes, a tainha é mais que um ingrediente: é objeto de estudo.
– Incluo sempre a tainha nas aulas de Habilidades Básicas na Cozinha, que tem um módulo voltado pra pescados, e também na aula de Cozinha Brasileira. A tainha está muito ligada à nossa cultura e à nossa história, não tem como não mencioná-la. Quanto ao sabor, costumo indicar uma marinada em suco de laranja para suavizar o gosto forte, para quem prefere – destaca.
E para ajudar quem pretende se aventurar na cozinha, pedimos ao chef de cozinha Vitor Gomes, do restaurante Ponto G Brasa & Fogão em Florianópolis, para nos dar algumas dicas de como escolher e preparar o peixe mais querido dessa época em Santa Catarina: a tainha. Confira abaixo e depois aproveite a receita de tainha recheada para testar suas habilidades.