
O corpo do ator Francisco Cuoco, um dos grandes nomes da teledramaturgia nacional, está sendo velado em São Paulo na manhã desta sexta-feira (20). Ele morreu nesta quinta, aos 91 anos, devido à uma falência múltipla dos órgãos.
O velório é aberto ao público até às 15h, no Funeral Home, localizado na Rua São Carlos do Pinhal, 376, no bairro Bela Vista, região central de São Paulo. O sepultamento está marcado para as 16h, com cerimônia reservada a familiares e amigos, segundo o g1.
A família do ator anunciou o falecimento dele por meio de nota, na tarde de quinta-feira (20). A causa da morte, de acordo com o comunicado, foi falência múltipla de órgãos.
Um dos grandes galãs da TV brasileira, o ator estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há cerca de 20 dias, sedado e em tratamento por complicações de saúde relacionadas à idade e a um ferimento que evoluiu para infecção.
Quem foi Francisco Cuoco?
Francisco Cuoco nasceu em 29 de novembro de 1933, em São Paulo, em uma família humilde de imigrantes italianos.
Trabalhou desde a juventude como feirante ao lado do pai, Leopoldo, e chegou a considerar uma carreira no Direito. Porém, o encanto pelo teatro começou ainda na infância, ao ver trupes mambembes se apresentarem perto de casa.
A formação como ator veio pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde estudou por quatro anos. Integrou companhias fundamentais para o teatro brasileiro, como o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete.
Da feira ao estrelato na TV
A estreia na televisão veio pela extinta TV Tupi, com atuações em teleteatros. O primeiro grande papel em novela foi em Marcados pelo Amor (1964), seguido por Redenção (1966), então a novela mais longa da história da TV brasileira. Foi na TV Globo, onde estreou em 1970 com Assim na Terra Como no Céu, que Cuoco consolidou sua trajetória (relembre alguns papéis marcantes do ator na galeria acima).
Entre seus papéis mais emblemáticos estão Carlão, o taxista de Pecado Capital (1975), e Herculano Quintanilha, o vidente e charlatão de O Astro (1977). Também protagonizou Selva de Pedra (1972) como Cristiano, ao lado de Regina Duarte — parceria que se repetiu em diversas ocasiões.
No auge da fama, nos anos 1970 e 1980, Cuoco era presença constante em tramas de sucesso como Feijão Maravilha, Eu Prometo, O Outro — na qual interpretou dois personagens — e O Salvador da Pátria. Na década seguinte, passou a alternar protagonistas com papéis de apoio e participações especiais.
Cinema, teatro e música
Apesar de seu sonho inicial ser o cinema, a trajetória de Cuoco na telona foi discreta. Atuou em Grande Sertão (1968), Traição (1998), Gêmeas (1999), Cafundó (2005) e em produções com Renato Aragão.
No teatro, fez sua estreia em 1958, interpretando um gladiador sem falas, e seguiu nos palcos com montagens como O Beijo no Asfalto, Três Homens Baixos e Uma Vida no Teatro.
Francisco Cuoco também se aventurou na música. Em 1975, lançou o LP Soleado, com repertório romântico. Mais tarde, gravou o álbum Paz Interior, com orações católicas.