Gustavo Brigatti
Começa no download: uma única faixa de 39 minutos e 48 segundos. Na capa, o próprio artista leva uma "enquadrada" da polícia. Dentro, cenas do cotidiano de uma grande metrópole, sentimentos reprimidos, divagações existenciais e personagens bizarros. Poderia ser um disco para ser assistido, mas Cortes Curtos é um filme para ser ouvido. Um retrato distópico dos nossos dias, pela lente experimental de Kiko Dinucci.
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Lançado no final de fevereiro, Cortes Curtos é o primeiro trabalho solo de Kiko. Seu currículo, porém, perpassa alguns dos discos mais importantes/interessantes/intrigantes que foram lançados nos últimos anos no Brasil. Bastaria dizer que ele é guitarrista e produtor do Passo Torto e Metá Metá, grupos que primam pelo experimentalismo e mistura de gêneros.
Mas Kiko também ajudou a formatar dois álbuns fundamentais da nossa época: Encarnado (2014), da parceira Juçara Marçal, e A Mulher do Fim do Mundo (2015), de Elza Soares. Também tocou nos dois disco de Criolo (Nó na Orelha e Convoque seu Buda), em Dancê (Tulipa Ruiz) e em Vira Lata na Via Láctea (Tom Zé).
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