Na televisão, no cinema, no teatro. Tal como em uma conhecida propaganda de TV, a cabeça careca e falante de Paulo Gustavo está sempre ao nosso lado, disparando piadas. Desde que o filme Minha Mãe É uma Peça se tornou a maior bilheteria entre os longas brasileiros lançados no ano passado (foi visto por 4,5 milhões de pessoas), o humorista fluminense se tornou onipresente: só na TV, apresenta três programas. Um deles é 220 Volts, cuja montagem teatral estreia nesta sexta no Teatro do Bourbon Country, às 21h e às 23h, e sábado, às 17h e às 21h. Os ingressos estão quase esgotados - restam apenas entradas para os camarotes, a R$ 220. 220 Volts nasceu em 2011 como um programa no canal a cabo Multishow, onde cumpriu quatro temporadas. A versão para o teatro, em turnê desde maio, apresenta seis personagens femininas interpretadas pelo ator: Ivonete, Mulher Feia, Senhora dos Absurdos, Maria Alice e a Famosa. Com perucas, dentaduras e muita maquiagem, Paulo Gustavo, que também assina o roteiro do espetáculo, vai se transformando em estereótipos como "a mulata classe C" ou "a velha preconceituosa". No palco, tem o apoio de dançarinos e atores, entre eles o contrarregra Marquinhos, interpretado por outra estrela da comédia, Marcus Majella. 220 Volts chegará ao cinema em 2015, assim como Minha Mãe É uma Peça 2.

O teatro é onde Paulo Gustavo fica mais à vontade. Com o monólogo Minha Mãe É uma Peça, sete anos em cartaz, alcançou mais de 1 milhão de espectadores e, com Hiperativo, apresentado na Capital em novembro, superou os 400 mil. Foram os palcos que o catapultaram para o cinema (em Divã, de 2009, e Os Homens São de Marte... E É pra Lá que Eu Vou!, de 2014) e para a TV (Vai que Cola é, hoje, o programa mais visto da TV paga no país).
- Quanto mais eu trabalho, mais trabalho me aparece - disse o comediante em sua última passagem pela Capital.
Paulo Gustavo é um dos vários representantes de uma geração de humoristas que transita entre o cinema, o teatro e a televisão. Seu trabalho ganhou a admiração de outro astro nesses moldes, Gregorio Duvivier.
- Ele abre a boca e eu morro de rir, parece que lançou um feitiço sobre nós - avalia Duvivier, que destaca o timing preciso das piadas do colega.
ELES ESTÃO EM TODA A PARTE
Confira a trajetória de outros comediantes que são sucesso em várias plataformas diferentes:
Fábio Porchat
Primeiro, conquistou a internet com o Porta dos Fundos. Mas já tem trajetória na TV: na terça, estreou mais um programa, o Tudo pela Audiência, ao lado de Tatá Werneck. E foi visto por mais de 3 milhões de pessoas no cinema em Meu Passado me Condena - adaptação do seriado do Multishow que ganha versão para o teatro em agosto, em SP, onde também está em cartaz com o stand-up Fora do Normal.
Gregorio Duvivier
Outra cria do Porta dos Fundos, que vira filme e seriado em 2015. Na TV, apresenta O Fantástico Mundo de Gregório, agora em pausa. No teatro, fará um monólogo que terá Fernanda Montenegro como diretora. No cinema, foi visto por 2,7 milhões em Vai que Dá Certo, além de ter incursões por filmes menores, mas queridos pelos cinéfilos, como Apenas o Fim.
Mônica Martelli
Transformou sua vida amorosa no monólogo Os Homens São de Marte
E É pra Lá que Eu Vou!, visto por 2 milhões de pessoas nos teatros brasileiros. O filme homônimo alcançou público superior a 1,2 milhão desde 29 de maio (e segue em cartaz no país). A sequência irá para o teatro, e depois, para os cinemas. Na televisão, integra o time do programa Saia Justa, do GNT.
Leandro Hassum
No ar com Geração Brasil, está cotado para outra novela das sete no ano que vem. Superou 3 milhões de espectadores em Até que a Sorte nos Separe e fez da sua sequência a líder de bilheteria do cinema nacional, com 3,9 milhões. No segundo semestre, Hassum estreia quatro filmes: Vestido pra Casar, O Candidato Honesto, Os Caras de Pau e Capitão Gay.