A Academia Sueca anunciou nesta quinta-feira (9) que o húngaro László Krasznahorkai venceu o Prêmio Nobel de Literatura 2025. A láurea foi concedida ao escritor de 71 anos "por sua obra fascinante e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte".
O autor nasceu na cidade de Gyula, no sudeste da Hungria, uma área rural remota que se assemelha ao cenário do seu primeiro romance, Sátántangó (1985), o único publicado no Brasil, pela Companhia das Letras. A obra retrata um grupo de moradores desamparados em uma fazenda coletiva abandonada no interior da Hungria, pouco antes da queda do comunismo.
O livro foi uma sensação literária na Hungria e chegou a ser adaptado para o cinema pelo diretor Béla Tarr, conterrâneo e parceiro criativo do autor, sob o título O Tango de Satanás (1994). O longa tem sete horas e meia de duração.
A Academia Sueca o classificou como um escritor épico da tradição literária da Europa Central, que vai de Kafka a Thomas Bernhard, e é caracterizada pelo "absurdo e pelo excesso grotesco". O trabalho de Krasznahorkai é comumente descrito como pós-moderno, distópico e melancólico.
Krasznahorkai já recebeu outros reconhecimentos literários ao longo da carreira, incluindo o Man Booker International Prize em 2015 pelo conjunto da obra. Ele também é autor de The Melancholy of Resistance (1989), War and War (1999), Destruction and Sorrow beneath the Heavens (2004), Baron Wenckheims Homecoming (2016), nenhum deles lançado em português.
O escritor deixou uma Hungria ainda sob o regime soviético em 1987, quando passou um ano em Berlim Ocidental com uma bolsa de estudos e foi inspirado por países do leste asiático. Nos anos seguintes, ele publicou livros como The Prisoner of Urga (1992), que acompanha a jornada de um homem pela ferrovia transiberiana da Mongólia à China.
O vencedor do Nobel recebe um prêmio de 11 milhões de coroas (R$ 6,2 milhões). A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 10 de dezembro, como ocorre todos os anos, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896), criador da premiação.
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