Roger Lerina
Consagrado por conta de poderosos dramas de conteúdo político como A Colmeia (1969), Ana e os Lobos (1973) e Cría Cuervos (1976), o cineasta espanhol Carlos Saura começou a inclinar sua carreira em direção aos filmes musicais graças ao sucesso de público e crítica de sua trilogia flamenca, concebida em parceria com o célebre bailarino Antonio Gades (1936 – 2004): Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983) – indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e prêmio de contribuição artística no Festival de Cannes – e Amor Bruxo (1986). Argentina (2015), em cartaz a partir de hoje na Capital, é um dos mais recentes títulos do premiado diretor – que desde Sevilhanas (1992) e, em especial, Flamenco (1995) vem aprimorando um estilo singular de filmar documentários musicais: apenas registrando as performances de músicos, cantores e bailarinos em amplos estúdios, com cenografia feita quase que exclusivamente pela projeção de luzes coloridíssimas em grandes painéis e pelas sombras dos próprios intérpretes.
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