A Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, aguarda a chegada de insumos para iniciar o trabalho de checagem do coronavírus. A instituição se colocou à disposição das prefeituras do Vale do Sinos para realizar os exames que detectam a covid-19, a fim de reduzir a pressão sobre o Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) e agilizar o diagnóstico de suspeitos da doença.
Em entrevista ao Gaúcha Mais, o professor Fernando Spilki, responsável pelo Laboratório de Virologia da Feevale, informou que os testes devem começar em até duas semanas.
— Só estamos no aguardo dos reagentes. Os kits já foram adquiridos, parte pela própria universidade, e o restante pelos municípios da região — detalha.
De acordo com Spilki, a instituição recebeu da Universidade Federal de São Paulo (USP) o vírus inativado, possibilitando a realização dos exames. Sobre a contraprova, ele acredita que não será necessária.
— Como nós vamos usar o mesmo protocolo realizado pelos Lacens dos Estados, entendemos que não vai necessitar de contraprova. Essa questão da contraprova, na verdade, surgiu em São Paulo com os primeiros casos. Mas o próprio governo de São Paulo definiu que não seria mais necessário — esclarece.
Spilki reiterou que as amostras serão repassadas pelos municípios, sendo vedada a entrega direta por pacientes.
— Como os kits serão adquiridos pelas prefeituras de acordo com a demanda, os municípios vão estabelecer quem será testado para garantir insumos suficientes — observa.
Desde o dia 6 de março, o Lacen/RS já realizou ao menos 380 exames para detectar coronavírus. A estimativa é da Secretaria Estadual da Saúde (SES), com base nos números do boletim epidemiológico divulgado na quinta-feira (19).
Conforme o governo estadual, esse número tende a aumentar com o crescimento de casos em solo gaúcho. Até agora, dos 380 procedimentos realizados, 37 atestaram positivo para a covid-19.