Um decreto do prefeito de Capão da Canoa, Amauri Magnus Germano (PTB), determina o fechamento de 10 dos 13 acessos para a cidade que mais recebe turistas do Litoral Norte. O objetivo é controlar a entrada de pessoas como medida preventiva de redução do contágio de coronavírus.
Foram feitas barricadas com materiais de construção. Uma delas foi colocada na Avenida Central, por volta das 15h desta sexta (20). Somente permanecem abertos os acessos da Avenida Paraguaçu, no limite com Xangri-Lá, da RS-407, e pelo trevo da Estrada do Mar, próximo a Curumim.
Nas demais entradas, a prefeitura garante que fará barreiras com fiscais e Brigada Militar para orientar as pessoas. Quem não tiver casa em Capão da Canoa será aconselhado a voltar para sua cidade de origem.
O prefeito ressalta que a rede de saúde é limitada em Capão da Canoa:
— Para um primeiro atendimento, temos boas condições no hospital. Mas se alguém vir a apresentar os sintomas mais severos da doença, teríamos um só leito de maior complexidade para receber em Capão da Canoa. É mais seguro, agora, que cada um fique na sua cidade.
A prefeitura também está solicitando que turistas e moradores não frequentem a faixa de areia da praia durante a crise do coronavírus. A medida é tomada para evitar aglomeração de pessoas. A prefeitura disse, inclusive, que gostaria de determinar a proibição, mas, por ser área da Marinha do Brasil, a legislação não permite.
Nesta sexta-feira (20), GaúchaZH flagrou guarda-vidas e policiais da Brigada Militar pedindo para quem estivesse na beira da praia deixasse o local. Além disso, segundo a prefeitura, carros de som estão sendo providenciados para passar pela região do calçadão com orientações.
A professora aposentada Célia Bertolo, 69 anos recebeu essa orientação. Acompanhada da filha, ela tomava sol quando o guarda-vidas pediu para que ela saísse.
— Nós prontamente pegamos nossas coisas e voltamos para o hotel. Fiquei chateada, porque estou me cuidando e a água estava maravilhosa. Era nosso último dia de praia, mas temos que respeitar — comentou.
Além da beira da praia, parques e praças também não devem ser frequentados. Em áreas com brinquedos compartilhados entre crianças, foram colocadas fitas de isolamento.
Na região central, a reportagem observou o deslocamento intenso de carros. Restaurantes, no entanto, estavam vazios.
Segundo o secretário de planejamento, Rafael Ayub, foi percebido, ao longo da última semana, aumento da movimentação na cidade. Com a proximidade do final de semana, com previsão de sol e mar limpo, que influenciaria turistas, o governo municipal teme o avanço da doença na cidade e o colapso do sistema de saúde municipal.
Obras proibidas
Lojas, shoppings e demais locais considerados “não essenciais” também precisam ficar fechados, segundo o decreto do prefeito, assim como hotéis e pousadas.
Além disso, um dos principais motores econômicos da cidade, a construção civil, também entrou na mira da prefeitura. Obras estão proibidas na cidade.
— Estamos tomando medidas que são essenciais na cidade. Vão estar abertos serviços essenciais. Solicitamos que cuidem de sua saúde e fiquem em casa — disse o prefeito, em transmissão em uma rede social.
Imbé também impede acesso
O prefeito de Imbé, Pierre Emerim (PT), adotou medida semelhante na cidade, pedindo que as pessoas não se reúnam na beira da praia. No comércio, também só ficará aberto o essencial.
— Eu considero que aqui no Litoral as coisas estão sob controle, os municípios se prepararam para o primeiro atendimento. Nossa preocupação é eventualmente nossos municípios terem demanda alta por leitos — declarou.