
Barcelona é uma daquelas cidades em que não existe baixa temporada. Nem baixo astral.
Caminhar pelas ruas, pelos bairros Gótico e El Born, mirar seus prédios, sentar-se em um dos milhares de bares, caminhar na areia grossa trazida do Saara para fazer praias naquela porção do Mediterrâneo, andar pela rambla ou simplesmente estar lá, observando a babel na cidade.
Qualquer prazer diverte numa Barcelona que abraça quem chega e, geralmente, convida para um chope, um vermute e algumas tapas e pinchos, porque não convém beber de barriga vazia.
Aqui, pretendo trazer algumas dicas que fugirão um pouco das tradicionais, como a Sagrada Família (compre ingresso pelo APP com muita antecedência), as casas de Gaudí, Batlló e La Pedrera – Casa Milà, vizinhas das grifes famosas no Passeig de Grácia, ou a Plaza Cataluña.
Os quatro passeios abaixo, embora estejam longe de serem escondidos, valerão a viagem. Embarque junto.
Vila de Gràcia

Era o meu lugar favorito para as tardes de sábado. Caminhar pelas suas ruas, sentar-se em algumas de suas praças, visitar as pequenas lojas que escondem aqueles tesouros que parecem ter apenas ali, os ateliers ou escolher de forma aleatória um dos tantos bares daquela que foi, no passado, uma cidade e acabou absorvida por Barcelona.
Aliás, isso concedeu para aquela zona identidade própria. A Plaza Central, com a torre e o prédio da antiga prefeitura, convidam a passar algumas horas nos bares do entorno.
A festa de Sant Antoni, em janeiro, é acontecimento, com desfiles, castellers (aquelas montanhas humanas) e foguerons (lembra aquela guerra de BomBril que a gente fazia na infância?).
Turó de la Rovira

Turó, em Catalão, significa morro. Barcelona se esparramou entre o mar e as montanhas. O Turó de la Rovira oferece vista espetacular da cidade, quase 360 graus.
É tão privilegiada sua localização que ali estão os bunkers e as baterias antiaéreas usados na Guerra Civil, nos anos 1930.
Um museu com fotos daqueles dias de invasão do governo central conta um pouco da história. Prepare a perna. Pegue a linha quatro do metrô (amarela) e desça na estação Alfonso X. Dali, vá morro acima. Vale a pena.
O bar de absinto

Raval, fica a dica, é um bairro que se deve evitar pernoitar. Alugar algo ali, nem pensar. Mas, como toda Barcelona, é seguro para visitar e transitar por suas ruas escuras.
É nele que fica o Bar Marsella (Carrer de Saint Pau). Aberto em 1820, mantém a mesma arquitetura, as mesmas mesas, o mesmo teto, o mesmo balcão. Desconfio que até alguns funcionários.
Ir ao Marsella é entrar no túnel do tempo. Ali, beberam absinto Picasso e Hemingway. Ah, no Raval, antes do absinto, forre o estômago com boa pizza no Frankie Gallo Cha Cha Cha (Carrer Marqués de Barbera).
Futebol lado B

Em Barcelona, o Barça é tão onipresente que você se sente quase obrigado a comprar algo do clube. Há lojas em todos os pontos turísticos. O novo Camp Nou valerá a pena a visita. Assim como valem a pena o museu, a loja de três pisos. É uma Disney blaugrana.
Porém, te indico três outros endereços futeboleiros. Não deixe de ir a um jogo do Europa, da terceira divisão, com seu estádio encravado no bairro de Gràcia.
O bar serve vermute e calamares em um cone de papel, como se fosse batata frita. O ambiente é de bairro, de gente que se encontra ali para colocar a conversa em dia.
O segundo endereço é o RCDE Stadium, a casa do Espanyol. Ali, já estamos em Cornellà, cidade colada a Barcelona. Mas a linha azul do metrô te leva até lá e dá de brinde uma caminhada de 1,5 quilômetro com ar de interior.

Por fim, deixe alguns euros (e reserve algumas horas) na FútbolMania. A loja, para quem gosta de futebol, é um parque de diversões. Há camisas de clubes de boa parte da Europa, da MLS, seleções e do Flamengo e do Palmeiras.



