A minha viagem ao Maranhão aconteceu pouco depois da pandemia e foi uma grande surpresa. Desde então, sempre que me perguntam alguma dica, afirmo automaticamente: "visite os Lençóis Maranhenses!".
A beleza do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é inexplicável. A imensidão de lagoas se debruça por uma longa área que compreende três localidades: Barreirinhas, Santo Amaro e Atins (vila selvagem na qual é preciso ir de barco descendo o Rio Preguiças).

A partir dessas três localidades, é possível acessar o parque onde estão as lagoas e aproveitar tudo que esta remota região do nordeste do Brasil tem a oferecer.
Detalhe: muitos gringos visitam esse paraíso. Às vezes, tem mais estrangeiro do que brasileiro por lá.
Confira as dicas do Marco Matos:
Lagoas de água doce
Sim, as lagoas dos lençóis são resultado do acúmulo da precipitação durante a época de chuva.
Por isso, a melhor época para visitar a região é entre junho e setembro, quando as lagoas estão mais imponentes. Depois, no verão, elas voltam a ficar bem mais secas – algumas somem completamente.
Dica: contrate uma empresa com um bom guia e organize um almoço em algum restaurante dentro do parque. São estabelecimentos simples que servem pratos muito saborosos. Costumam ter redes para um cochilo rápido.
A areia que não queima o pé
Não é preciso usar chinelos para caminhar nas dunas dos lençóis. A areia tem uma temperatura gostosa, chega a ser bem fresquinho caminhar ali. Se você pensa que vai queimar a sola do pé, está enganado!
E uma grande dica é justamente fazer essas caminhadas. Existe até um roteiro turístico chamado "Travessia dos Lençóis", que leva quatro dias. Tem uma pegada de autoconhecimento.
Atenção: Não é possível levar bebidas alcoólicas para os passeios dentro do parque e também é preciso ter muita consciência ambiental e não deixar nada de lixo para trás.
O espetáculo do pôr do sol
Um passeio imperdível é ver o pôr do sol no topo de uma duna com alguma grande lagoa bem em frente. O fim do dia fica com um dourado que nenhuma máquina fotográfica consegue captar tanta beleza.
É incrível ver a noite chegar nesse lugar que não tem nenhuma iluminação. Assim, ao olhar para o céu, as estrelas ficam mais exibidas. É possível ver constelações inteiras durante a noite.
Atins ganhou meu coração
Minha primeira base na região dos Lençóis foi Santo Amaro. De lá é possível chegar mais rápido em algumas lagoas tradicionais, como a Betânia (uma das maiores de todo o parque).
Barreirinhas é o ponto mais movimentado, com hotéis mais estruturados e infraestrutura de cidadezinha.
Mas meu espírito aventureiro se apaixonou por Atins, uma pequena vila que reúne a foz do Rio Preguiças, o mar e o acesso ao parque dos Lençóis.
Ainda que pequenas, as lagoas perto de Atins são tantas que terá uma só para você.
A vila fica no meio das dunas, com uma grande quantidade de areia fofa por toda a extensão. Chega a ser difícil caminhar uma quadra sem ficar bem cansado.
Há diversos bares, restaurantes e muita gente jovem, já que Atins é um ponto ideal para a prática de kitesurf.
Dica: Em Atins, o que vale a pena é alugar um buggy para ir até as lagoas. De preferência, que o dono do veículo lhe busque, para evitar que você se perca na imensidão de lagoas e dunas.
São Luís também merece atenção
A capital do Maranhão será sua porta de entrada aos Lençóis, embora depois de desembarcar no aeroporto seja preciso pegar a estrada por mais de quatro horas até chegar ao parque nacional.
Por isso, vale a pena programar uma ou duas noites em São Luís. O centro da cidade é histórico – Patrimônio Cultural Mundial da Unesco –, reconhecido pela arquitetura colonial portuguesa.
As fachadas com azulejos nos casarões são um charme, embora muitos precisem de atenção e reformas. Mas encontrei dois hotéis que ficam nesses casarões: um charme!
Os restaurantes da região também merecem uma visita. Uma dica de lugar para almoçar no centro histórico: Restaurante Flor de Vinagreira.
Dica: Tem um biscoito que é produzido no Maranhão e que vai te viciar! É o Zé Pereira. Eu voltei com várias latinhas na mala.



