Por Geoffrey Morrison
Passei a maior parte dos últimos cinco anos como um nômade digital, vivendo e trabalhando em mais de 40 países; por causa disso, prefiro viajar levando só o essencial. Também já experimentei em sem-fim de dispositivos de viagem, só para descobrir que a maioria não passa de desperdício de dinheiro e espaço. Melhor ficar com os cinco que listo aqui — universalmente úteis, mesmo que um tanto surpreendentes. Não saio de casa sem eles.
Uma boa caneta
Caneta é uma daquelas coisas que você só vê quando não precisa. E quando quer uma, não acha. Por exemplo, muitos países exigem o preenchimento de um cartão de imigração antes da entrada; o pessoal da companhia aérea já entrega o documento durante o voo, mas a caneta, não.
Claro que você pode esperar até chegar ao balcão da imigração para tentar achar e usar uma daquelas esferográficas amarradas na correntinha — que muito provavelmente vai estar sem tinta. Com isso, quando conseguir preencher tudo, o pessoal todo com quem voou estará na sua frente na fila da Alfândega, na travessia do terminal, na esteira das bagagens. Tem também os postais para mandar para casa e/ou assinatura de recibos. E vai saber, talvez você encontre alguém desesperado atrás de uma caneta. Parece simples e óbvio, mas é tão útil — e, no entanto, pouca gente se lembra de levar.
Um celular desbloqueado para acessar a internet em todo lugar
Viajar com um telefone que funciona em todo lugar é outra coisa. Poder postar nas redes sociais e falar com os amigos e a família é ótimo, mas ter acesso rápido ao Google Maps e o Translate transforma a experiência de qualquer um. Ter a possibilidade de reservar um novo voo ou hotel se houver um imprevisto pode salvar as férias.
Por exemplo, eu estava em uma ilhota em Fiji quando fiquei sabendo que o ciclone que estava chegando tinha se intensificado durante a noite, promovido a categoria 3, e que teríamos de sair dali. Graças ao telefone, consegui reservar imediatamente um dos últimos quartos na ilha principal; quase todo o resto do pessoal teve de esperar na fila da administração do resort para poder usar um dos poucos computadores e enfrentar uma conexão lenta.
O importante é ter acesso à internet; se for rápido, melhor ainda. Basta ir a uma agência da operadora e pedir que seu celular seja desbloqueado; aí, é só comprar um cartão SIM local no país que estiver visitando. O aparelho funcionará como se você o tivesse comprado ali, com direito a dados em alta velocidade e chamadas locais de graça, dependendo da versão que adquirir. No geral, custa US$ 20, à venda nas máquinas e quiosques de aeroporto — se bem que nas lojas especializadas do centro podem ser mais baratos.
Seus downloads digitais (e uploads também)
Eu falei ali em cima do Google Maps e do Translate, mas para usá-los como se deve é preciso de uma certa preparação antes de partir. Digamos que você vá para Paris; insira o nome da cidade no Google Maps e cheque para saber se dá para ver todas as áreas de que precisa (a região onde fica seu hotel, por exemplo) e as que quer explorar, aí é só apertar o botão "salvar" na parte de baixo da tela. É exatamente isso que você acabou de fazer, salvar tudo o que há no mapa visível; com isso, dá para perambular, mesmo sem internet, mas podendo ver o mapa das redondezas, incluindo os nomes de ruas, das estações de metrô e por aí vai.
O Google Translate faz a mesma coisa, permitindo que você baixe o pacote linguístico para uso offline. Ele acelera as traduções, incluindo a função "câmera futurista", que permite que você aponte o aparelho e veja o que quer ver traduzido em tempo real.
Vale a pena também dar uma espiada nos serviços de backup de fotos. Se já não estiver usando, algo como o iCloud ou o Google Photos salva suas imagens na nuvem assim que forem clicadas (ou quando você voltar para o Wi-Fi), de modo que mesmo se perder o celular ou ele for roubado, não perderá os registros da viagem.
Uma bateria portátil USB
Quando você fica o dia inteiro fora, tirando fotos, navegando com mapas, postando nas redes sociais, a bateria do celular vai embora rapidinho. Mesmo um carregador pequenino consegue abastecer seu celular uma vez; se for um pouquinho maior, duas vezes ou mais. Os pacotes que já vêm com cabo são mais práticos, mas aquilo é a primeira coisa a quebrar. Se ainda não tiver, compre um para a próxima viagem — você vai adorar e pode usar em casa, quando voltar.
Um multicarregador USB (e cabos longos)
Não importa aonde vá, por mais luxuosa que sejam suas acomodações, é muito provável que não tenha um número suficiente de tomadas. A maneira mais fácil de carregar todos os seus dispositivos é com um multicarregador que substitui a saída da parede por várias portas USB. Aí, basta conectá-lo ao seu telefone, tablet e/ou bateria USB, tudo ao mesmo tempo. Como o item anterior, é muito útil em viagens e em casa.
Seguindo a mesma linha, alguns fios mais longos também são uma boa ideia, pois permitem que você use o aparelho na cama mesmo se ele estiver conectado a uma tomada mais distante.