
Um pequeno território cercado de China e de Índia por todos os lados. Minúsculo, mas dono de oito das 10 montanhas mais altas do mundo, o Nepal mistura natureza e patrimônio cultural em um lugar único. Isso sem contar a religiosidade, marcada especialmente pelas tradições do budismo.
O território, de apenas 147 mil km², tem clima e relevo diversificados. Ao Norte, estão as montanhas alternadas por vales. Ao Sul, o terreno é mais plano. Em toda parte, encontrase uma das mais ricas biodiversidades do planeta. E essa característica é mais um dos pontos fortes do lugar, que explora o ecoturismo.
O Nepal, que abriga uma das faces do monte mais alto do mundo, o Everest, e também o ponto mais baixo da Terra, o Vale Arun, é a menina dos olhos de quem busca aventura. Lá, é possível praticar bungee jumping, safári, mountain biking, rafting, caça, salto de paraquedas e voos de ultraleve. Além, é claro, da escalada de montanhas. Para completar, há animais raros, rios bravos e até geleiras.
Para quem gosta do contato com a natureza, no país há nove parques nacionais, três reservas de animais selvagens e uma reserva de caça. O Vale do Katmandu é uma das regiões mais incríveis do Nepal. Ele abrange três cidades: Katmandu, a capital do país, Lalitpur e Bhaktapur. Recheadas de patrimônios culturais da Unesco, palácios e templos, permitem ainda a observação de belíssimos trabalhos em pedra.
Outro foco do turismo é Pokhara. É o único lugar do mundo onde se pode observar as montanhas de mais de 8 mil metros enquanto se está sentado a mil metros abaixo do nível do mar. Em Pokhara, há também a chance de observar as mais de 523 espécies de aves e as 11 famílias de borboletas que perambulam pela cidade. A cidade ainda serve de ponto de partida da trilha Annapurna.
A deusa viva não teme o escuro
Para quem segue as tradições budistas, um dos locais mais encantadores é Lumbini, onde nasceu Sidarta Gautama, o Buda, em 623 a.C. Também lá, em 244 a. C., o Imperador Ashoka, um dos responsáveis pela divulgação da fé, ergueu um pilar em sua homenagem.
O Nepal também é conhecido por ser o único lugar do mundo a ter uma deusa viva. Em 7 de outubro de 2008, aos três anos, Matani Shakya foi condecorada com o título, que permanecerá com ela até que atinja a puberdade. Seguindo a tradição nepalesa, ela foi escolhida entre crianças de dois e quatro anos por líderes budistas e hindus e aprovada pelo presidente Ram Baran Yadav.
Para a escolha da menina, os requisitos foram apresentar perfeição dentária, capilar e cutânea, olhos amendoados e simétricos e um detalhe curioso: não ter medo do escuro. Para que a kumari - nome dado às deusas vivas no Nepal - pudesse encarnar a deusa Taleju, foi preciso enfrentar um último desafio.
Ela passou uma noite sozinha num cômodo cheio de cabeças de búfalos e bodes sacrificados, sem tremer, gritar, chorar ou desistir. Corajosa, ela passou no teste, trazendo orgulho à Annapurna, na Cordilheira do Himalaia, está entre as 10 montanhas mais altas do mundo família.