
Na onda da febre dos livros para colorir, que voltou com tudo em 2025, os seguidores da artista e criadora de conteúdo Nath Araújo, conhecida na internet como Nanaths, deram o incentivo que ela precisava para lançar seu novo projeto. Atendendo aos pedidos da comunidade, ela lançou neste ano o Nanaths para Colorir: um livro de pintar voltado para o público jovem adulto, que busca criatividade sem pressão.
Mineira de 36 anos e formada em Comunicação, Nath desenha desde criança. Na internet, construiu uma trajetória sólida ao combinar sua arte — marcada pela estética delicada, o sarcasmo e o protagonismo feminino — com uma relação próxima de seus seguidores.
Além de trazer inspirações sobre desenhos, ela também se destacou, ao longo dos anos por ensinar técnicas de pintura, dar dicas de materiais e compartilhar sua rotina criativa. Além disso, suas ilustrações, compartilhadas nas redes sociais, viralizaram nas redes sociais entre fãs dos livros para colorir.
"Um livro para divas"
O diferencial de Nanaths para Colorir, segundo a própria autora diz, está tanto no público-alvo quanto na proposta artística.
"É um livro para divas colorirem", ressalta.
O exemplar está entre os mais comprados da categoria em marketplaces e custa cerca de R$ 39.
"Colorir nunca foi tão pessoal: é sobre dar novas cores às suas dores, seus crushes que não deram certo, seus dias caóticos e suas revoluções internas. Abra, respire fundo, escolha uma página que combine com o seu humor (ou fúria) do dia... e se jogue!", diz um trecho da descrição do livro.
Em conversa com Zero Hora, Nath conta que buscou criar desenhos que dialogassem com experiências reais do cotidiano e momentos de descontração, mas mantendo um estilo detalhado e sofisticado, com traços finos que estimulam a atenção e o relaxamento:
"Acredito que seja um livro mais voltado para o público adulto e jovem adulto, tanto pela temática dos desenhos — vinho com as amigas, desfile de moda, noite de skincare, alguns surrealistas — quanto pelo estilo, com traço mais fino e muitos detalhes".
Além das cenas inspiradas no cotidiano, a obra traz referências do “universo da Nanaths”, mesclando criações clássicas da artista com as tendências do momento. Entre os personagens mais antigos estão o astronauta, que precisa de mais "espaço", e a Santa Paciência.
"São criações que dialogam com meu cotidiano e dos meus seguidores, ou com o cotidiano que queremos ter. Também trouxe algumas referências dos meus desenhos e personagens mais antigos, como a alienígena Lily Alien e uma banda de rock formada por gatos", conta.
Da pandemia à nova febre dos livros para colorir
O livro Nanaths para Colorir não é a primeira incursão da mineira no mercado editorial. Em 2018, ela publicou Eu acho que você é meio doido, sim: da artista sensação do Instagram, também pela Planeta — uma obra que combinava relatos pessoais, reflexões sobre autenticidade e ilustrações para colorir.
“A ideia veio dos meus seguidores. Na época (da pandemia), eu já criava conteúdo para as redes sociais ensinando a desenhar, dando dicas de materiais e vlogs de rotina. Quando começou a febre dos livros de colorir, em 2025, meus seguidores me pediram para lançar novamente”, destaca Nath.
Apesar de dar dicas sobre técnicas de pinturas, a autora confessou que ainda não tinha conseguido se jogar na tendência impulsionada pelo sucesso dos livros Bobbie Goods.
"Gosto de colorir os meus desenhos. Mas vou entrar nessa onda agora", disse.
Processo criativo com liberdade
A arte gráfica já faz parte do dia a dia profissional da ilustradora, seja em trabalhos publicitários, como criadora de conteúdo ou em projetos freelance. Mesmo assim, ela mantém a ilustração como hobby essencial. Desenhar sem compromisso, apenas por prazer, é uma forma de preservar a criatividade e a saúde mental, longe da pressão das redes sociais e do algoritmo, segundo ela:
“Hoje a arte gráfica faz parte dos meus trabalhos de publicidade. Mas mantenho a ilustração como hobby. Sinto que é fundamental para minha criatividade e saúde mental desenhar sem a necessidade de publicar, apenas por diversão, sem a pressão das redes e algoritmos".
Para o novo livro, a Editora Planeta deu total liberdade à autora. Ela pôde criar à vontade, apenas consultando se havia alguma lacuna de mercado que a editora queria explorar.
“A editora me deu total liberdade para criar os desenhos. Eu até pedi um direcional, perguntei se tinha algum gap de mercado que eles gostariam de aproveitar, mas disseram que eu poderia fazer como quisesse”, conta.
Nath contou que ainda não finalizou um exemplar completo do livro, preferindo fazer isso sem pressa:
“Vou pintar com calma, me divertindo no processo.”
Os benefícios da pintura
Com o novo livro, Nath, que já considera o desenho uma forma de conexão com a sua comunidade, tem a expectativa de promover bem-estar e uma desconexão saudável do ambiente digital.
“Espero que o livro possa fazer parte do momento de descanso dos pintores, que os ajude a sair um pouco do celular. O importante é não se tornar um hobby voltado à performance. Não precisa pintar perfeitamente, ter os materiais mais caros, terminar tudo. O importante é se divertir e não se sobrecarregar.”
*Produção: Camila Mendes


