A alta do dólar tratou de dissolver qualquer vantagem que se tinha ao comprar eletrônicos no Exterior. A cotação da moeda em torno de R$ 3,80 atrapalha a vida de brasileiros que planejavam adquirir smartphones, tablets, câmeras fotográficas e aparelhos de som em freeshops na fronteira ou nas baratíssimas lojas de Miami.
- Se considerar gasto com combustível, imposto sobre compras em dólar (IOF) e o limite na cota (de US$ 300), deixou de ser vantajoso comprar na fronteira - aponta o economista Denílson Alencastro, da Geral Investimentos.
Ou seja, escassearam as opções para brasileiros driblarem a sufocante carga tributária, que fica em torno de 40% para eletroeletrônicos, e escaparem das margens exageradas que parte dos fabricantes estrangeiros exercem no país.
O quadro é bem diferente de um ano atrás, quando o dólar custava R$ 2,66 - 42% a menos do que a atual cotação. E completamente distinto de três anos antes, quando a moeda americana custava R$ 2,04, tornando rotina a ida de brasileiros para Miami ou Nova York para comprar eletrônicos, roupas e até o enxoval do bebê.
Hoje, uma câmera digital avaliada a R$ 1.929 no Brasil custa R$ 2.272 na fronteira com o Uruguai, e apenas um pouco menos em Manhattan, R$ 1.884. Para tentar seduzir os brasileiros, alguns freeshops passaram a travar a cotação do dólar a R$ 3,49.
A balança pode mudar de lado em dezembro, devolvendo a vantagem aos freeshops - mas essa não é uma boa notícia para o consumidor. É quando voltará a valer as alíquotas cheias sobre notebooks, tablets e celulares, determinação do governo Federal.
Governo Federal aumenta impostos de bebidas e eletrônicos
- Os eletrônicos vão ficar de 8% a 10% mais caros com a volta da alíquota. Para contornar o dólar e os tributos, a indústria tem procurado comprar mais componentes do mercado interno (hoje 80% dos componentes são importados), mas nem sempre encontra fornecedores - afirma o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Régis Haubert.
Uma alternativa para quem pretende comprar um eletrônico até o final do ano e quer escapar do aumento do imposto pode ser a compra antecipada e parcelada, a ser paga posteriormente com o 13º salário.
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O repórter Erik Farina produzirá as matérias da série Encare a Crise.