
"Vou de Fusca" no "Fuscão Preto", do "Zé do Fusca" ou no "Fusca 66". O modelo da Volkswagen tornou-se tão popular e amado que ganhou uma data de comemoração mundial e outra nacional.
O Dia Mundial do Fusca existe graças à ideia do brasileiro Alexander Gromow. A data foi escolhida porque em 22 de junho de 1934 foi assinado o contrato de produção entre o criador do modelo, Ferdinand Porsche, e a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã.
Também há um dia nacional para o modelo, comemorado em 20 de janeiro, aniversário da montagem do primeiro Fusca no Brasil - em São Bernardo do Campo. Foram mais de 3 milhões de carros fabricados no Brasil, com modelos que se tornaram objetos de culto e coleção.

O primeiro carro da Volkswagen faz parte da primeira lembrança do advogado de Novo Hamburgo Diogo Martins Boos, de 54 anos. Aos três anos, ele viu o pai chegar em casa, nos anos 1970, com o "Fuscão 1500".
— Lembro-me de esperá-lo em frente de casa com o meu irmão, após o serviço, para andarmos alguns metros até à garagem em cima do estribo lateral... Era uma festa! — conta, recordando outras sensações. — Eu gostava do famoso "chiqueirinho", o espaço de bagagem entre o banco traseiro e o vidro traseiro, além do som característico do escape — comenta.
Trinta anos depois, já participando de clubes de veículos antigos, o advogado adquiriu o primeiro Fusca, coincidentemente do mesmo modelo comprado pelo pai. A partir daí, outros sete veículos originais formaram a coleção.
— Os meus preferidos são o Fusca Última Série, numerado, de 1986; o Fusca Série Ouro, de 1996, e um Super Beetle 1971 automático, fabricado na Alemanha para o mercado dos EUA, com teto solar de fábrica. Mas amo todos — revela.

Como presidente e um dos fundadores do Topclassic Veículos Antigos, que possui 500 associados em toda a Região Sul, Diogo não abre mão de sair com as suas relíquias mesmo fora dos eventos promovidos pelo clube.
— Uma vez por semana, escolho um para ir trabalhar. Claro, se não chover no dia... — diverte-se.
As amizades formadas pela paixão em comum renderam também uma lembrança de amor a Diogo.

— O meu primeiro passeio com a esposa (Cátia Cansi, 52) foi para Veranópolis num Fusca, no começo do namoro. Ela incentiva-me muito e também é apaixonada pelos Fuscas. É um hobby que se curte em família — afirma.
Embora o custo de manutenção dessas raridades não seja tão alto, os preços dos Fuscas mais raros podem chegar a R$ 50 mil. Por isso, muitos mostram-se surpresos ou ficam emocionados em cada exposição dos colecionadores para o público.
— Acredito que o Fusca tem uma "carinha" simpática que atrai todas as idades. Muitos distribuem sorrisos, abanam, tiram fotos, recebem até umas buzinas simpáticas também — comenta.

Havia uma carreata programada para celebrar o 30º Dia Mundial do Fusca, que foi cancelada devido ao mau tempo. Quem gosta de carros antigos e está em Porto Alegre pode ver Fuscas na próxima exposição do Veteran Car Club, no dia 6 de julho, no estacionamento da Câmara Municipal (Av. Loureiro da Silva, 255).