Aumentar a capacidade do sistema de saúde não significa ter um leito de UTI para cada cidadão gaúcho. Nova York, Milão, Madri e outras cidades ricas do mundo enfrentaram, no ápice da pandemia, dificuldades nas suas estruturas de saúde. Porto Alegre, até agora, não. E não depende do governador e do prefeito que fique assim. Todos sabemos o que temos de fazer.
Ouço aqui e ali o argumento de que tivemos tempo para nos preparar e que, por isso, o isolamento agora não faz mais sentido. Se essa lógica prosperar, precisaremos de milhares de leitos de UTI. Não há nem equipamentos e nem pessoal disponíveis para isso, mesmo que o governador e o prefeito gastem tudo o que têm e mais um pouco.
É legítimo criticar o governador e o prefeito. Mas que seja, pelo menos, por motivos que façam algum sentido. Não há estrutura de saúde no planeta que resista a uma explosão de demanda como a que teríamos se os cuidados fossem relaxados.