
A HBO Max lança neste domingo sua nova minissérie brasileira: Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente (2025). Estrelada por Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer, Ícaro Silva e Andréia Horta, a produção se passa na década de 1980 e reconstitui o início da epidemia de HIV no Brasil. Era um tempo no qual a aids ainda era rotulada como "câncer gay" ou "peste homossexual", gerando muito estigma: os infectados eram tratados praticamente como párias, e o diagnóstico era como uma sentença de morte.
O primeiro dos cinco episódios teve exibição especial no 53º Festival de Cinema de Gramado e deixou uma ótima impressão. Conjugou bem a recriação de época (seja pela música, pela fotografia, pelos figurinos e adereços) com a apresentação dos principais personagens — todos interpretados com muita entrega pelo elenco —, dos dramas e dos conflitos da trama escrita por Patricia Corso e Leonardo Moreira e dirigida por Marcelo Gomes e Carol Minêm.
No palco do Palácio dos Festivais, o diretor Marcelo Gomes comentou:
— A epidemia de HIV levou muito gente embora por causa de preconceito, desinformação e intolerância. Espero que as gerações mais jovens não repitam erros do passado.
Em entrevistas concedidas em Gramado, o ator Johnny Massaro disse que a série "é uma celebração da vida, apesar da tragédia", e que também é "muito divertida" — de fato, não falta humor no capítulo de estreia, assim como cenas quentes de sexo.
Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente é baseada em uma história que teria começado dentro da Varig, então a maior companhia aérea do país. Ao ver amigos e colegas adoecerem sem acesso ao tratamento e diante da negligência das autoridades, comissários de bordo iniciaram uma operação arriscada para trazer ilegalmente ao Brasil o medicamento AZT, que só era vendido nos EUA.
Na série, Johnny Massaro e Bruna Linzmeyer interpretam Nando e Lea, comissários de bordo de uma fictícia empresa de aviação, ambos hábeis no contrabando. Ela tem um caso com o piloto, que é casado. Ele, que omite da mãe a sua homossexualidade, mantém um romance escondido com um jogador de futebol, Caio (Igor Fernandez), e concilia o trabalho com a luxúria, transando com estranhos nos dias de descanso em Nova York ou até com passageiros durante o voo, no banheiro.
Negacionista em relação ao HIV/aids, Nando só vai começar a abrir os olhos quando a doença passa a afetar gravemente Pantera, a principal estrela da boate gay Paradise onde Raul (Ícaro Silva) é um dublê de leão-de-chácara e drag queen.
No segundo episódio, deve aparecer a personagem da atriz Andréia Horta, chamada de Andréia Brito e livremente inspirada em outra atriz: Sandra Bréa (1952-2000), carioca que em agosto de 1993 assumiu publicamente ter sido contaminada pelo vírus do HIV, dando início a uma luta pela informação e contra a discriminação.
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