
Com o fim do primeiro semestre de 2025, atualizei a lista dos melhores filmes do ano.
A regra é clara: só valem títulos que estrearam comercialmente no Brasil a partir de 1º de janeiro, no cinema ou no streaming, ou que foram exibidos nos festivais realizados em Porto Alegre.
E o critério foi o afetivo: entraram os filmes que realmente me conquistaram, independentemente dos prêmios recebidos.
A ordem é puramente alfabética. Clique nos links se quiser saber mais.
1) Baby (2024)

De Marcelo Caetano. O diretor mineiro lança um olhar afetuoso, mas não condescendente, a tipos marginalizados. Para espanto dos conservadores, que talvez torçam o nariz diante da sexualidade e da promiscuidade dos personagens, é um filme que enaltece a importância da família — só que não necessariamente a sanguínea. Na trama, o estreante João Pedro Mariano interpreta Wellington, um jovem de 18 anos que acaba de sair de um centro de detenção, em São Paulo, e que perdeu o contato com os pais. Circulando pela comunidade LGBT+ das ruas da cidade, ele acaba desenvolvendo uma relação ora amorosa, ora de trabalho, ora de filho e pai com o quarentão Ronaldo (Ricardo Teodoro, em desempenho cativante). (Telecine)
2) Babygirl (2024)

De Halina Reijn. Premiada com a Copa Volpi de melhor atriz no Festival de Veneza, Nicole Kidman abraça mais uma vez o risco neste filme que pergunta: como equilibrar sucesso profissional e estabilidade emocional com aquilo que lhe dá prazer sexual? Ela interpreta uma CEO de uma grande empresa de tecnologia, casada com o diretor de teatro Jacob (Antonio Banderas) e mãe de duas adolescentes. Quando surge um estagiário 30 anos mais novo e muito atrevido (Harris Dickinson), ela se colocará em uma encruzilhada. (Amazon Prime Video)
3) Caos: Os Crimes de Manson (2025)

De Errol Morris. Documentarista renomado por títulos como Sob a Névoa da Guerra (2003) e Procedimento Operacional Padrão (2008), o diretor reconstitui os chocantes assassinatos cometidos em 1969 pela seita liderada por Charles Manson (1934-2017), discute as suas motivações e apresenta uma instigante teoria da conspiração. Também debate as razões da obsessão por Manson (tanto a de seus seguidores quanto a do público) e reflete sobre nossa vontade — ou até nossa urgência — de construir histórias e encontrar motivos para o perturbador, o horrendo, o inexplicável. (Netflix)
4) Dead Mail (2024)

De Joe DeBoer e Kyle McConaghy. Com personagens carismáticos, é um filme de suspense absolutamente envolvente e surpreendente — se eu contar mais, estrago. A história se passa nos EUA dos anos 1980. Jasper (Tomas Boykin) é um funcionário dos Correios especialista em decifrar endereços ilegíveis em cartas e pacotes. Certo dia, ele depara com um papel ensanguentado que traz um pedido de socorro e que vai abrir um novo universo na trama: o da fabricação de sintetizadores musicais. (Exibido no Fantaspoa e sem previsão de estreia)
5) Desconhecidos (2023)

De JT Mollner. A trama de Desconhecidos gira em torno de um homem (Kyle Gallner) e uma mulher (Willa Fitzgerald). O que era para ser um simples caso de uma noite se transforma em uma caçada sangrenta. O diretor e roteirista confunde a percepção do espectador ao embaralhar a cronologia da trama. E desperta leituras muito antagônicas: há quem considere absolutamente inovador e surpreendente, há quem encare como mero e monótono exercício estético; há quem veja como misógino, há quem aponte viés feminista. (Para aluguel em Apple TV e Google Play)
6) Emmanuelle (2024)

De Audrey Diwan. Se em O Acontecimento (2021) a diretora francesa de origem libanesa abordou a dor, agora ela explora o prazer. A nova versão de um clássico erótico tem mudanças significativas. Uma é de cenário: em vez de Bangkok, a ação se passa em Hong Kong. Outra, mais importante, tem a ver com o perfil da personagem, que deixa de ser uma jovenzinha. Se Sylvia Kristel tinha 22 anos quando surgiu o filme original, a atriz do novo Emmanuelle tem 36 anos — é a francesa Noémie Merlant. Em relação ao filme de 1974, existem outras alterações bastante relevantes. Emmanuelle não tem um marido, não se sujeita aos caprichos dos homens nem sofre estupro. É senhora do seu corpo, do seu desejo e de suas frustrações. (Foi exibido no Festival de Cinema Europeu Imovision e estreia no dia 10/7)
7) F1: O Filme (2025)

De Joseph Kosinski. O filme sobre Fórmula 1 que homenageia Ayrton Senna (1960-1994) e tem cenas com Lewis Hamilton retrata um tema mítico nos EUA: a segunda chance. Brad Pitt encarna piloto cinquentão chamado para ser o companheiro experiente de um jovem talentoso na pior equipe do campeonato. Se eles não conseguirem uma vitória nas nove corridas restantes, a escuderia pode fechar. O diretor sabe a hora de acelerar (e não só nas cenas de ação, mas também na troca rápida de diálogos que ilustram ideais e temperamento dos personagens) e de pisar no freio, para intensificar os momentos de impacto, em vez de anestesiar o espectador. Também dar curvas nas expectativas do público — eu me surpreendi pelo menos duas vezes com o rumo tomado na trama de F1: O Filme. E preciso dizer que dei uma choradinha. (Em cartaz nos cinemas)
8) Flow: À Deriva (2024)

De Gints Zilbalodis. Ganhador do Oscar de melhor longa de animação, o filme da Letônia acompanha a luta por sobrevivência de um gato, um cachorro, uma capivara, um lêmure e uma ave de rapina durante uma enchente. Podemos, portanto, encarar como uma fábula animal sobre tolerância, empatia e cooperação entre povos diferentes. Mas Flow recusa a habitual antropomorfização dos títulos da Disney ou da Pixar: sequer há diálogos. (Canal Filmelier+ do Amazon Prime Video)
9) Grand Theft Hamlet (2024)

De Sam Crane e Pinny Grylls. O documentário é a intersecção entre teatro, cinema e videogame — e também a intersecção entre a alta cultura e o entretenimento popular, fazendo jus às obras de William Shakespeare (1564-1616). Ao mesmo tempo em que reforça a perenidade da tragédia sobre o atormentado príncipe da Dinamarca, Grand Theft Hamlet retrata dramas experimentados sob o signo do coronavírus e ilustra pontos positivos e negativos de vidas cada vez mais digitais. (MUBI)
10) Homem com H (2025)

De Esmir Filho. É uma cinebiografia que foge ao convencional, sendo fiel ao espírito do artista retratado, o cantor Ney Matogrosso, 83 anos, encarnado pelo ator Jesuíta Barbosa. Despudorado, sensível e arrebatador, Homem com H reafirma que Ney sempre foi um símbolo da luta contra a caretice e da defesa apaixonada de uma liberdade infinita, seja na vida artística, seja na vida pessoal. Mas também mostra como sua trajetória espelhou a do próprio Brasil, oprimido pela ditadura militar e por preconceitos sociais. (Netflix)
11) Manas (2024)

De Marianna Brennand. Protagonizada pela promissora Jamilli Correa, adolescente que foi descoberta em uma seleção na periferia de Belém, esta ficção é baseada em histórias reais de exploração sexual, pedofilia e incesto na Ilha de Marajó, no Pará. Positivamente, a diretora de Manas não adota um "olhar estrangeiro", evitando o exotismo espetacular, nem investe na exposição da brutalidade — seu caminho é o da sutileza, o das elipses e metáforas, o do simbolismo e o do não-dito. (Foi exibido nos cinemas e ainda não tem previsão de estreia no streaming)
12) Memórias de um Esclerosado (2024)

De Thais Fernandes e Rafael Corrêa. Nascido em Rosário do Sul mas radicado em Porto Alegre há muito tempo, o cartunista Rafael Corrêa foi diagnosticado com esclerose múltipla em 2010. Dados o ofício e o perfil de seu personagem, o documentário tem sequências de animação e de bom humor. Há também sonho e fantasia: a investigação de Rafael sobre seu passado nos leva ao episódio da morte de um sapo, o que pode, via carma, ser a causa de sua doença. Daí o sujeito vestido de sapo que aparece de vez em quando. Mas Memórias de um Esclerosado começa de forma dura. Ao simplesmente observar o árduo e complexo processo para Rafael Corrêa tomar um banho, o filme firma nossa empatia pelo protagonista e registra o quão severos são os sintomas dessa doença degenerativa sem cura. (Foi exibido nos cinemas e em breve deve estrear no streaming)
13) Mickey 17 (2025)

De Bong Joon-ho. Com Robert Pattinson em papel duplo, o cineasta sul-coreano de O Hospedeiro (2006) e Parasita (2019) volta a retratar a divisão entre classes, a mostrar o que fazemos para sobreviver em um sistema horrível, a mesclar gêneros (ficção científica, comédia, ação e até romance) e a lidar com criaturas monstruosas e humor ácido enquanto critica o capitalismo globalizado, o imperialismo estadunidense, o nosso desdém e a nossa arrogância em relação ao ambiente. Os temas satirizados em Mickey 17 incluem a corrida pela exploração espacial, os limites éticos na clonagem humana e a ascensão de políticos messiânicos com tendências fascistas. (Max)
14) Misericórdia (2024)

De Alain Guiraudie. Jérémie (Félix Kysyl) regressa à cidadezinha natal, na França, para o funeral do antigo patrão, um padeiro. Lá, decide ficar uns dias hospedado na casa da viúva. Sua presença causa estranheza na comunidade. Aconteceu alguma coisa no passado? Por que o protagonista não vai embora? Outro enigma a desvendar no filme eleito o melhor de 2024 pela revista parisiense Cahiers du Cinèma é sobre o próprio gênero: Misericórdia é um policial? É sobre um romance proibido? É um drama sobre segredos de família? É uma comédia absurda? É uma reflexão sobre culpa e castigo? (Filmicca)
15) O Mosqueteiro Solitário (2024)

De Nicolai Schumann. É um filmaço de suspense que tem só um ator (o inglês Edward Hogg) e um cenário. O personagem principal de O Mosqueteiro Solitário, Rupert, é um magnata do mercado financeiro que acorda trancado em um lugar sem portas nem janelas — com exceção de uma fresta onde seus olhos não alcançam. O protagonista não faz ideia de como foi parar ali, e tudo de que dispõe é um celular antigo. (Exibido no Fantaspoa e sem previsão de estreia)
16) Mountainhead (2025)

De Jesse Armstrong. O lançamento do Veo 3, a inteligência artificial do Google que gera vídeos hiper-realistas, e a troca de farpas entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o empresário Elon Musk tornaram ainda mais atual e mais assustadora a sátira de Mountainhead. Trata-se do primeiro longa-metragem dirigido pelo inglês Armstrong, criador da série Succession (2018-2023). Se o seriado girou em torno do conflituoso e traiçoeiro processo de sucessão no conglomerado de mídia e turismo da família Roy, o filme retrata uma turma de bilionários da área de tecnologia, incluindo redes sociais e IA, que vai passar um fim de semana isolada do caos global que eles ajudaram a semear. (Max)
17) Nosferatu (2024)

De Robert Eggers. A versão do diretor de A Bruxa (2015) para um clássico do Expressionismo Alemão se destaca pelo deslumbramento visual, pela música sinistra e romântica ao mesmo tempo (evocando tanto beleza quanto tragédia) e pela releitura contemporânea da obsessão voraz do vampiro encarnado por Bill Skarsgård pela personagem vivida por Lily-Rose Depp: as interações de Orlok com Ellen permitem espelhar os relacionamentos tóxicos e abusivos. Na adaptação de Eggers, o antológico epílogo de Nosferatu transforma-se em uma obra de arte tão sensual quanto doentia, tão bonita quanto aterradora. (Para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
18) Oeste Outra Vez (2024)

De Erico Rassi. Ambientado na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, é o faroeste dos homens tristes, dos homens patéticos, dos homens que não conseguem falar sobre seus sentimentos. Na trama do grande vencedor do Festival de Gramado de 2024, Totó (Ângelo Antônio), inconformado pelo fato de a mulher estar agora com outro homem, contrata um velho pistoleiro (Rodger Rogério, ganhador do Kikito de melhor ator coadjuvante) para tentar matar Durval (Babu Santana). (Telecine)
19) Pecadores (2025)

De Ryan Coogler. Com 38 anos, o diretor e roteirista demonstra ter uma virtude escassa em Hollywood: audácia. Em Pecadores, que se passa no Mississippi, em 1932, à época da segregação racial, e é sua quinta parceria com o ator Michael B. Jordan (nos papéis de gêmeos), ele resolveu misturar drama histórico, musical blues e terror com vampiros — sem deixar de lado a ação, a comédia e o romance. Pelo menos uma cena já entrou para a história do cinema. (Estreia na Max no dia 4/7)
20) Pequenas Coisas Como Estas (2024)

De Tim Mielants. Depois de ganhar o Oscar de melhor ator por Oppenheimer (2023), uma superprodução que custou US$ 100 milhões, traz cerca de 80 nomes no elenco e tem três horas de duração, Cillian Murphy resolveu protagonizar um drama de orçamento modestíssimo — US$ 3 milhões —, que empregou pouco mais de 30 atores e atrizes e dura menos do que cem minutos. Trata-se de um pequeno grande filme que retrata um terrível pecado da Igreja Católica irlandesa. (Para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV e Google Play)
21) O Reformatório Nickel (2024)

De RaMell Ross. O diretor oferece ao público a raríssima experiência de assistir a um filme inteiro pelos olhos de um personagem, com a câmera em primeira pessoa. Somos instados a nos colocarmos literalmente no lugar do outro, para talvez sentir na própria pele, mesmo que por apenas um par de horas, o peso do racismo. A alternância entre o passado e o presente se justifica plenamente no impactante epílogo, e as escolhas aparentemente aleatórias ou desconexas da montagem ganham sentido e ressonância enquanto a trama de O Reformatório Nickel avança. (Amazon Prime Video)
22) Sanduíche Quente (2024)

De Manuel Facal. Comédia musical alucinada, sem qualquer tipo de freio moral ou "vergonha imagética". Alan (papel de Alan Futterweit Paz, à vontade e engraçadíssimo), um gordinho de 30 e poucos anos cansado de seu trabalho em uma lanchonete de Montevidéu, viaja a Buenos Aires para vender seu mais valioso boneco de coleção. Escondido em uma parte do seu próprio corpo, o protagonista está levando um pacotinho de cocaína. Claro que a jornada será marcada por uma série de quiproquós hilariantes. De quebra, o filme tira sarro, mas falando sério, dos portenhos. (Exibido no Fantaspoa e sem previsão de estreia)
23) A Semente do Fruto Sagrado (2024)

De Mohammad Rasoulof. A Semente do Fruto Sagrado se desenrola no contexto dos protestos no Irã nascidos a partir das mortes de jovens que não usaram (ou usaram de forma considerada incorreta) o hijab, o véu que cobre a cabeça e o pescoço das muçulmanas. O personagem principal, Iman (Missagh Zareh), acaba de ser nomeado juiz de instrução no Tribunal Revolucionário de Teerã. O cargo significa um salário mais alto e um apartamento maior para a família: a esposa devota, Najmeh (Soheila Golestani), e as duas filhas, a universitária Rezvan (Mahsa Rostami) e a adolescente Sana (Setareh Maleki). Mas também significa romper com seus códigos morais e sua ética profissional: ele é orientado a assinar sentenças de morte sem sequer ler os relatórios dos casos. A agitação política nas ruas de Teerã inevitavelmente se reflete no lar de Iman. (Telecine)
24) Sempre Garotas (2024)

De Shuchi Talati. O primeiro longa-metragem da diretora e roteirista indiana tem como personagem principal a adolescente Mira (vivida pela promissora atriz estreante Preeti Panigrahi). Ela é a melhor aluna de uma escola localizada no sopé do Himalaia, onde sua sexualidade é despertada pela chegada de um novo estudante, Sri (Kesav Binoy Kiron), que organiza um clube de astronomia — e é isso o que a protagonista deseja: conhecer um "mundo" além do seu. Suas descobertas, no entanto, podem esbarrar nas convenções de uma sociedade misógina ("Tomem cuidado com os meninos", alerta a diretora da instituição) e nas intenções da mãe, Anila (Kani Kusruti, de Tudo que Imaginamos Como Luz). Ao mesmo tempo, Mira tem de desempenhar seu papel como prefect do colégio, função que pode criar atritos com os colegas. É outro pequeno grande filme, pleno de delicadeza mesmo nos momentos contundentes. (Foi exibido nos cinemas e deve estrear em breve no streaming)
25) Sing Sing (2023)

De Greg Kwedar. O drama sobre um grupo de presidiários que faz teatro recebeu três indicações ao Oscar 2025: melhor ator (Colman Domingo), roteiro adaptado e canção original (Like a Bird). Sing Sing merecia ter concorrido em pelo menos mais duas categorias: melhor filme e ator coadjuvante (Clarence Maclin). Talvez também direção de fotografia. (Amazon Prime Video)
26) Sob o Domínio (2025)

De Julio Cesar Napoli. A personagem principal é uma psicóloga, Cris, interpretada com despudor por Raquel Monteiro. Entre seus pacientes, está o padre Paulo (João Santucci, cativante no papel), atormentado pela notícia sobre um bebê decapitado que foi encontrado na praia. Com apenas R$ 3 mil, o diretor e roteirista carioca fez um filme fascinante sobre possessão, ceticismo, hipocrisia e tentação, com direito a momentos genuinamente sinistros. (Exibido no Fantaspoa e sem previsão de estreia)
27) A Verdadeira Dor (2024)

De Jesse Eisenberg. Dois primos judeus viajam de Nova York para a Polônia, onde, em meio a um roteiro turístico ligado ao Holocausto, querem visitar a casa de infância de sua falecida avó. Kieran Culkin conquistou o Oscar de melhor ator coadjuvante, o Globo de Ouro, o Bafta, o SAG Awards, o Critics Choice e o Independent Spirit Awards na pele de Benji, personagem cuja ambiguidade é o coração deste filme que se equilibra entre o irreverente e o comovente, entre o doloroso e o caloroso. (Disney+)
28) Vermiglio: A Noiva da Montanha (2024)

De Maura Delpero. O filme italiano que recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza do ano passado é ambientado em 1944, na vila alpina chamada Vermiglio. A chegada de Pietro (Giuseppe De Domenico), um soldado desertor da Segunda Guerra Mundial, transforma a imensa família do professor local, Cesare (Tommaso Ragno). Cesare exerce um tipo diferente de patriarcado: não é violento nem chega a ser abusivo, mas rotula os próprios filhos e determina seus destinos. Dino, o mais velho, é tratado pelo pai como uma decepção. Ada, a filha do meio, tem um "limite" na vida escolar. Com olhar atento a cada um dos personagens, a diretora acompanha, sem atropelos, os dramas que se desenvolvem ao longo das quatro estações — não por acaso, o homônimo concerto para violino de Vivaldi pontua a trilha sonora. (Foi exibido na 8 ½ Festa do Cinema Italiano, e deve estrear no dia 10/7)
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