
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Uma reunião do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher na próxima sexta-feira (7) deve bater o martelo a respeito do local em Porto Alegre que vai abrigar uma Casa da Mulher Brasileira. Essa é a previsão da secretária da Mulher, Fábia Richter. Ela concorda que o processo de escolha está muito demorado e definiu como prioridade da pasta encaminhar o espaço.
A preferência de Fábia é para que a casa seja instalada no Centro Vida, na zona norte da Capital — que serviu de abrigo para desalojados na enchente. A justificativa é embasada em dados que apontam a região com alta demanda de atendimento às mulheres vítimas de violência.
— Especialmente em Porto Alegre, há uma dificuldade de se chegar a um consenso sobre o local, uma dificuldade que não é de fácil resolução. Para tomar a decisão, usamos dados de atendimentos para identificar qual o lugar que tem mais necessidade. Entendemos que está muito demorado, mas estamos caminhando para uma definição — avalia.
A definição da área foi tema de reunião entre a secretária estadual e a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, realizada nesta terça-feira (4) em Brasília. Márcia questionou a chefe da pasta estadual sobre o andamento da implantação das Casas da Mulher Brasileira tanto na Capital quanto em Caxias do Sul, onde o local já está definido desde julho.
Os espaços integram a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, e reúnem serviços de acolhimento, atendimento psicossocial, orientação jurídica, apoio à autonomia econômica e proteção integral às vítimas. O governo federal destinou R$ 19 milhões para a unidade de Porto Alegre e R$ 9,5 milhões para Caxias, mas a responsabilidade de definir e preparar a área para implantação é do governo estadual.
Campanha de prevenção
Em Brasília, Fábia Richter aproveitou a agenda com a ministra para se apresentar e conhecer a estrutura da pasta federal. A secretária gaúcha levou duas sugestões para melhorar as informações à disposição do governo sobre violência doméstica.
— Sugeri melhorar o instrumento que os agentes comunitários usam para cadastrar individualmente as pessoas de cada domicílio no sistema e-SUS. Esse cadastro não tem pergunta sobre violência doméstica. A ministra indicou que vai articular com o Ministério da Saúde para incluir perguntas sobre isso no processo.
A secretária deixou o encontro entusiasmada, com o entendimento de que as duas pastas estão alinhadas em trabalhar a prevenção dos casos de feminicídio.
Para isso, inclusive, a Secretaria da Mulher planeja lançar no dia 25 de novembro uma grande campanha de final de ano, para conscientizar a população gaúcha em torno de uma cultura de paz e prevenção.
— Vai ser um final de ano longo e de muito risco. Não vamos resolver feminicídios só botando mais polícia, é preciso mudar a cultura — defende Fábia Richter.





