
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A direção do PSB no Rio Grande do Sul garantiu que terá nominata completa nas eleições do ano que vem, contestando afirmação da coluna de que o partido enfrenta dificuldade em montar lista de candidatos. De acordo com o presidente estadual, José Stédile, os socialistas têm hoje 66 nomes dispostos a concorrer para a Câmara em Brasília — no RS, cada partido poderá indicar até 32 postulantes.
Um deles será Beto Albuquerque, que concordou em concorrer a deputado federal por entender que a Câmara "precisa de gente com lucidez, compromisso e força".
— Não tenho medo de desafios. Precisamos de menos loucos e mais lúcidos no parlamento — disse à coluna.
Além de Beto, Stédile conta ainda com a manutenção do atual deputado Heitor Schuch no partido para concorrer à reeleição. Schuch tem convites para deixar o PSB e se diz preocupado com o futuro da sigla, mas por enquanto deve "pagar para ver" e seguir tentando se viabilizar na legenda.
Essa angústia é motivada pelas diferenças no comando do partido, que Stédile tenta afastar ao dizer que o clima na comissão provisória é "tranquilo", enquanto Beto não esconde sua frustração com os caminhos adotados.
— Fiquei muito decepcionado com a atual direção do PSB. Eles têm cargos na bancada da Assembleia, nos mandatos dos dois deputados e no governo Leite e nenhum destes cargos vai disputar eleição. Gestão fraca que não monta sequer chapa para se reeleger e não tem discurso para mobilizar as pessoas. Nunca me procuram para falar. Passem para mim a direção estadual do PSB e resolvo a chapa — sugere Beto.
Stédile garante que o partido tem, atualmente, mais de 40 nomes como possíveis candidatos para uma cadeira na Assembleia, e que o PSB tem, em todas as grandes cidades gaúchas, pelo menos um nome para disputar como deputado federal e outro para estadual.
— Nosso problema é até escolher quem serão os candidatos. Estamos trabalhando para eleger dois federais e dois estaduais. Clima está tranquilo na comissão provisória — garante.
Em abril, o partido escolheu José Stédile para comandar o partido no 16º Congresso Estadual, com Heitor Schuch ocupando a 1ª vice-presidência. A decisão foi contestada pelo grupo aliado a Beto Albuquerque, que pediu anulação da eleição à direção nacional. Enquanto não toma uma decisão, o partido montou uma executiva provisória com representantes dos dois grupos, sendo 11 alinhados a Stédile e seis que estão ao lado de Beto.
ALIÁS
A coluna não discute a quantidade de candidatos à Câmara, que o PSB diz ter de sobra. A questão é a falta de nomes competitivos, já que nem os próprios dirigentes indicam quem são.




