
Depois de acatar três preliminares dos advogados de defesa dos réus do núcleo crucial da trama golpista, o ministro Luiz Fux mostrou que é mesmo capaz de surpreender a plateia que acompanha o julgamento. Os advogados esperavam que ele considerasse nula a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, mas Fux não só considerou a colaboração válida, como disse que as idas e vindas do delator são normais. Disse mais que as “advertências pontuais” feitas pelo ministro Alexandre de Moraes, ameaçando suspender os benefícios diante das omissões de Cid.
Fux lembrou que Cid deu todos os depoimentos acompanhado de advogado e que até se autoincriminou ao confessar a participação nos crimes que estão sendo julgados. Relembrando, Cid é um dos oito réus que estão sendo julgados e o ministro Alexandre de Moraes votou pela sua condenação.
Pela manifestação de Fux, Moraes e Flavio Dino, Cid deverá ter a pena mais branda por ser um “colaborador” da Justiça.
Juiz de carreira, Fux está lendo um voto repleto de citações de processos anteriores julgados no Supremo, de autores de diferentes nacionalidades e séculos e de frases de efeito.
— O Direito não é um museu de princípios — disse Fux ao sugerir que não é pecado um juiz mudar de ideia ao longo do tempo.




